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A agropecuária brasileira encerrou o primeiro trimestre de 2021 com crescimento acima dos 5%, tanto na comparação com o quarto trimestre de 2020 quanto com o primeiro trimestre do ano passado. Os números estão no relatório do Produto Interno Bruto (PIB) referente aos primeiros três meses deste ano, divulgado, nesta terça-feira (1/6), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na avaliação do IBGE, PIB da agropecuária foi puxado pela melhora da produtividade de alguns produtos, especialmente a soja, com previsão de safra recorde (Foto: REUTERS/Jorge Adorno)

 

Na relação entre os primeiros três meses deste ano e os três últimos do ano passado, o setor registrou uma expansão de 5,7%. De acordo com o Instituto, o desempenho foi puxado pela melhora da produtividade em alguns produtos, principalmente a soja, com maior peso nas lavouras e previsão de safra recorde.

Na mesma comparação, a indústria teve crescimento de 0,7% enquanto os serviços cresceram 0,4%. O investimento das empresas, medido pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), aumentou 4,6% enquanto os consumos do governo e das famílias retraíram 0,1% e 0,8%, respectivamente.

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Na relação entre o primeiro trimestre deste ano e o mesmo período no ano passado, a agropecuária cresceu 5,2%. A indústria teve expansão de 3% enquanto os serviços caíram 0,8%. O investimento das empresas (FBCF) aumentou 17%, enquanto os consumos das famílias e do governo caíram 1,7% e 4,9%, respectivamente.

"Este resultado (da Agropecuária) pode ser explicado, principalmente, pelo desempenho positivo de alguns produtos da lavoura com safra relevante no primeiro trimestre, como soja, fumo e arroz, e pela produtividade, visível na estimativa de variação da quantidade produzida vis-à-vis a área plantada", diz o IBGE.

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"Outras culturas que também possuem safra relevante no trimestre, como o milho e mandioca, apontaram decréscimo na produção anual. A Pecuária e a Pesca apontaram fraco desempenho no primeiro trimestre do ano, enquanto as estimativas para Produção Florestal foram positivas", acrescenta a instituição.

Nos últimos quato trimestres, a agropecuária acumulou expansão de 2,3%. Além do setor, apenas a Formação Bruta de Capital Fixo ficou positiva no período, com alta de 2%. Já a indústria contabilizou retração de 2,7%; os serviços, de 4,5%; e tanto o consumo das famílias quanto o do governo tiveram queda de 5,7%.

Pré-pandemia

No resultado geral, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve expansão de 1,2% no primeiro trimestre de 2021 em comparação com quarto trimestre de 2021. Foi o terceiro resultado positivo seguido, segundo o IBGE.

“Com o resultado do primeiro trimestre, o PIB voltou ao patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, mas ainda está 3,1% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país, alcançado no primeiro trimestre de 2014”, informa o Instituto, em nota.

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Ainda de acordo com o IBGE, o consumo das famílias foi afetado, principalmente, pelos efeitos da Covid-19 sobre o mercado de trabalho, impactando o consumo das famílias.

“O aumento da inflação pesou, principalmente, no consumo de alimentos ao longo desse período. O mercado de trabalho desaquecido também. Houve ainda redução significativa nos pagamentos dos programas do governo às famílias, como o auxílio emergencial”, destaca Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, em nota divulgada pela instituição.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2020, a economia brasileira teve crescimento de 1%. Já no acumulado dos quatro últimos trimestres, o PIB teve retração de 3,8%. "As atividades de outros serviços, que são majoritariamente presenciais, e administração pública puxaram o resultado dos serviços para baixo. Esse é um setor que ainda sofre os efeitos da pandemia", avalia Rebeca Palis. 

Dados positivos

Em análise divulgada via redes sociais, o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, avaliou os dados como positivos. Ressaltou que suas projeções apontavam para retração da economia brasileira no início do ano.

Chamando a atenção para os números da Formação Bruta de Capital Fixo, Perfeito destacou a importância do consumo das empresas no resultado. Enquanto os consumos do governo e das famílias retraíram, refletindo cortes de gastos e a segunda onda da pandemia.

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“O plano de Guedes de aumentar a demanda privada via investimentos está dando certo e o ajuste liberal em curso parece ter ganhado tração. Com a melhora da vacinação a expectativa é de melhorar ainda mais nos próximos trimestres”, avaliou Perfeito, em referência ao ministro da Economia, Paulo Guedes.

Diante do novo cenário, o economista já considera a possibilidade de revisar suas projeções para o desempenho da economia brasileira neste ano, possivelmente para um crescimento acima dos 4,5% em relação a 2020.
Source: Rural

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