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Após obter o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) de três novas áreas livres de febre aftosa sem vacinação, o Brasil ampliará os esforços para a abertura do mercado de carne bovina do Japão e da Coreia, países com os quais o governo brasileiro já possui negociações em andamento.

“Já existia uma negociação em andamento e agora a gente vai apresentar um relatório e toda documentação que foi encaminhada à OIE para o país fazer a análise o reconhecimento”, revelou o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal.

Tereza Cristina durante reunião com o ministro japonês da agricultura Takamori Yoshikawa em 2019 (Foto: Divulgação)

 

Em agosto de 2019, durante evento em São Paulo, a Ministra da Agricultura do Brasil, Tereza Cristina já havia proposto ao ministro japonês da agricultura a abertura do comércio de carne bovina e suína dos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e Rondônia – os mesmos que, agora, são reconhecidos como territórios livres de febre aftosa sem vacinação, como exigem os dois mercados.

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“Eu propus a ele um bloco de Estados e as tratativas estão sendo discutidas para a gente poder atingir esse objetivo. Estamos avançando e espero que ano que vem a gente tenha já uma missão [japonesa] vindo aqui para ver esses estados, com exceção de Santa Catarina, que não necessita de visitas técnicas”, disse a ministra na ocasião. Com a inclusão das três novas regiões, que abrangem também parte do Mato Grosso e do Amazonas, cerca de 20% rebanho brasileiro de bovinos e 50% do rebanho de suínos estarão enquadrados no novo status sanitário.

No caso do Canadá, Leal explica que o Brasil já possui equivalência do sistema de inspeção, o que deve agilizar as negociações de abertura de mercado. “Estávamos aguardando essa notícia de hoje para dar sequência na negociação do certificado”, destacou o secretário de Defesa Agropecuária ao evitar fazer previsões sobre um potencial aumento das exportações do Brasil caso essas negociações avancem nos próximos meses. “O ritmo [de abertura] depende do tipo de avaliação que cada país vai fazer com esse novo status sanitário (…) por isso mesmo a gente ainda não tem uma expectativa ou essa estimativa”, afirmou Leal. 

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Terceiro maior importador mundial de carne bovina, atrás apenas de EUA e China, o Japão importou 261,5 mil toneladas do produto em 2020, a maior parte desse volume, 48,3% de cortes dianteiros desossados comprados de EUA e Austrália. No caso da Coreia do Sul, o país é o quarto maior importador mundial, com 98,6 mil toneladas importadas no ano passado, e também possui Austrália e EUA como seus principais fornecedores. “São três mercados que a gente já vinha trabalhando e que temos a expectativa de apresentar rapidamente os pleitos”, reconheceu Leal ao mencionar também o Canadá, com 161 mil toneladas importadas em 2019.

Carne suína

No caso da carne suína, que também se beneficia do novo status sanitário, a estratégia do governo brasileiro será de apresentar aos países que já importam a carne suína de Santa Catarina, onde status de livre de febre aftosa sem vacinação vigora desde 2007. Além de maior produtor nacional, o Estado concentra mais de 50% das exportações brasileiras de carne suína, com 523,4 mil toneladas embarcadas em 2020, e é o único a conseguir atender Japão, Coreia do Sul e EUA.

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Juntos, os três países responderam por cerca de 5% das exportações catarinenses no último ano. Com o reconhecimento das três novas zonas livres de aftosa sem vacinação, o governo brasileiro estima que 58% dos frigoríficos de abate de suínos do país estarão em conformidade com essa exigência sanitária.

No caso do Paraná, o Estado recebeu também o reconhecimento de zona livre da febre suína clássica independente, garantindo o status sanitário local mesmo caso haja surtos em outras regiões do país. Desde 2015 a OIE utiliza o sistema de certificação regional para a doença, tal como ocorre com a própria febre aftosa. Atualmente, 16 Estados brasileiros e parte do Amazonas possuem status de livre da febre suína clássica e formam, todos, um único bloco.
Source: Rural

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