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Lançado nesta quinta-feira (27/5) pela Bayer, o programa PRO Carbono tem o objetivo de implementar práticas de manejo na lavoura que aumentem a retenção de carbono no solo.

Após projeto piloto com 450 produtores no ano passado, a multinacional alemã anunciou que produtores rurais interessados em rever o plano de manejo entre 30 e 100 hectares poderão se inscrever até o final de julho, seguindo critérios de avaliação socioambiental, principalmente com base no Código Florestal.

Área de integração lavoura e floresta é um exemplo de produção sustentável com fixação de carbono no solo (Foto: Ilustração: Guilherme Henrique)

 

“O que a gente precisa garantir é que a área não foi aberta nos últimos cinco anos, ou que não esteja em área indígena, quilombola”, esclareceu Fábio Passos, diretor do negócio de carbono da Bayer para a América Latina, durante entrevista à imprensa.

Passos admite que o foco, no momento, são produtores de soja e milho, que receberão consultoria nos próximos três anos, começando com a coleta de solo ainda no próximo mês de agosto. A ideia é atingir entre 800 e mil produtores, com maior propensão para áreas dos biomas Pampa, Mata Atlântica e Cerrado.

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No entanto, mesmo os agricultores que não forem aprovados, segundo o executivo, deverão receber algum tipo de assistência para entrar nas conformidades da avaliação socioambiental.

A partir do diagnóstico do talhão, feito em parceria com Embrapa, Agrotools e diferentes consultorias, haverá um planejamento para correção do solo, intensificação de práticas sustentáveis e o aumento de produtividade simultaneamente à fixação de carbono.

De acordo com Passos, a Federação Brasileira do Sistema de Plantio Direto entende que há vários níveis de aplicação do plantio direto, por isso o programa pretende entender qual a qualidade do que está sendo implementado em cada talhão. “No primeiro ano, vamos olhar o carbono que tem no solo e depois fazer recomendações para atingir a sustentabilidade. Não apenas olhar se faço ou não faço [plantio direto], mas como, porque não vai ser uma receita padrão para todo mundo”, disse.

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Eduardo Bastos, diretor de sustentabilidade da Divisão Agrícola da Bayer, reforçou que não será avaliado o cultivo isoladamente, mas toda a produção de forma holística. “Não dá para fazer uma soja carbono neutro. Para ela ser assim, tem que estar dentro de um sistema de rotação, e todos os projetos que a gente faz são comparados com as áreas de florestas, como APP e Reserva Legal, comparando com solo virgem”, explicou.

Quem for aprovado para o programa deverá investir nos insumos, sabendo que não há um modelo de negócio nem um valor pré-definido. A multinacional irá arcar com a avaliação socioambiental, a recomendação, a análise de solo, “e o produtor tem o compromisso de, naquele talhão, mediante conversa com a consultoria e o que ele concordar desse plano de manejo, garantir essa implementação”, disse Fábio Passos.

“As soluções serão customizadas, então dependendo do diagnóstico vai ser recomendado o uso do biológico. Eventualmente, se a Bayer não tiver o produto, vai trazer parceiros para ajudar nisso", completou Bastos.

Parceria

Aqueles produtores que integrarem o PRO Carbono terão facilidades na tomada de crédito por meio de uma parceria da Bayer com o Itaú BBA. Em entrevista à Revista Globo Rural, Pedro Fernandes, diretor de Agronegócio do banco, esclareceu que não há condições de crédito pré-estabelecidas, pois dependerá da necessidade do produtor em adotar crédito.

Ele revelou que já acompanhava o projeto piloto da Bayer no decorrer de 2020, mas as conversas formais entre as empresas se deram nos últimos três meses.

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“O que nós desejamos entregar para os participantes do programa são quatro níveis de retorno: atendimento exclusivo para ter mais agilidade para abertura de contas e concessão de crédito, elasticidade no poder de crédito, ou seja, conceder mais crédito do que conseguiríamos, não pedir garantias de bônus, o que dá maior flexibilidade ao produtor, e por último a redução do preço do juros da dívida”, contou Fernandes.

O executivo ainda esclareceu que o banco estará pronto para atender ao máximo de participantes do programa, mas  a decisão de onde será captado o recurso é uma decisão do produtor.

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No momento das avaliações de solo do programa da Bayer, se o produtor tiver excedente de carbono, haverá o engajamento de uma remuneração, segundo Eduardo Bastos. No entanto, não está definido se será o Itaú BBA quem articulará a compra do carbono. “Se isso for relevante e a Bayer entender que temos espaço para participar, poderemos conversar a respeito”, observou Fernandes.

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Source: Rural

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