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O Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe) e a Ceptis Agro lançam nesta quinta-feira (27/5) o programa Semente Legal que visa combater a pirataria e garantir a origem e a qualidade das sementes de feijão no Brasil. Pela parceria, produtores de sementes, revendedores, distribuidores e consumidores poderão contar com o selo Semente Legal.

Segundo dados do Ibrafe, 90% das sementes comercializadas no país são piratas, ou seja, não têm certificação nem origem comprovada. Uma semente fora do padrão pode causar queda na produtividade, disseminação de pragas e doenças.

Sementes de feijão do tipo cavalo em recipiente (Foto: Getty Images)

 

Marcelo Lüders, presidente do instituto, diz que é preciso investir em pesquisa e desenvolvimento para obter qualidade e mais rentabilidade. “O Semente Legal privilegia o produtor, diferenciando as sementes vendidas no mercado e legitimando nossas marcas como tecnicamente competentes e comprometidas com as boas práticas de produção.”

O instituto será responsável por promover a adesão voluntária dos produtores e definir o protocolo de manejo sustentável. A Ceptis, empresa criada há 4 anos com soluções de tecnologia suíça para o setor do agro, oferece o sistema de rastreabilidade segura, além do monitoramento contínuo da produção.

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Philippe Ryser, CEO da Ceptis, diz que a empresa usa no selo da Semente Legal a mesma tecnologia aplicada na tinta de segurança do papel moeda produzido pela Casa da Moeda, cliente do grupo Ceptis.

Na plataforma tecnológica disponibilizada aos produtores, as sementes serão cadastradas, associadas a etiquetas codificadas e com registro de sua destinação. As etiquetas e lacres de segurança serão afixados, então, nas sacarias e big bags das sementes, com códigos de segurança antifraude.  “O programa vai oferecer uma rastreabilidade e verificação da origem das sementes em uma etiqueta que impede qualquer falsificação.”

Ryser, um suíço casado com uma brasileira que mora no Brasil há 20 anos , explica que a Ceptis não é uma certificadora, mas os benefícios que oferece de rastreabilidade são entendidos pelo mercado como uma certificação. Amostradores certificados junto ao Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento farão a verificação das autodeclarações dos produtores quanto à pureza e germinação das sementes.

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Ryser conta que desde 2017, a Ceptis já faz esse trabalho de verificação em sementes forrageiras produzidas pela Unipasto. No primeiro ano, conta, houve 25% de não conformidade em amostras analisadas. Neste ano, esse índice já caiu para 7%.

Além de focar na rastreabilidade, o programa Semente Legal verifica o manejo produtivo das sementes e atribui um índice de confiança (“trust score”) sobre os indicadores ambientais, sociais e de qualidade do produto. “Basta apontar o celular para a etiqueta para conferir a informação sobre a origem, o produtor e o trust score”, afirma o CEO da Ceptis.

Inicialmente, a intenção é trabalhar com grandes players de sementes de feijão para abrir o mercado. Ryser afirma que os benefícios de ter uma rastreabilidade da semente compensam certamente os custos, estimados entre 0,5% e 1% do preço do produto. A previsão é que o selo esteja nas revendas em seis meses. Já para chegar ao consumidor nas prateleiras de supermercados, será necessário expandir o trabalho e a parceria também para os produtores de grãos.

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Source: Rural

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