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Uma pesquisa realizada pela IHS Markit, a pedido da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), aponta que a pandemia de Covid-19 teve baixo impacto econômico nas atividades agropecuárias do país, com pouca mudança significativa no comportamento dos produtores.

Dos 3.048 agricultores e pecuaristas ouvidos entre outubro de 2020 e janeiro de 2021, 64% afirmaram ter sentido baixo impacto da pandemia nos negócios, 86% não fizeram nenhuma mudança nos negócios e 78% mantiveram os planos de investimentos durante a crise sanitária.

Colheita de milho em Santo Antonio do Jardim, interior de São Paulo (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

 

“Nós sentíamos que as empresas tinham em mente que o campo, com a pandemia, havia parado –  e não era essa realidade. A realidade era outra conforme mostram os dados”, explica Ricardo Nicodemos, vice-presidente da ABMRA e coordenador da pesquisa.

Segundo ele, “há uma ideia de que o que acontece na cidade está sendo refletido nas propriedades ou na vida do produtor e não é bem assim”. “O presencial, a troca de ideia, o estar frente a frente são características do negócio do produtor. Uma questão que a pesquisa mostrou foi o dia a dia das revendas agropecuárias”, conta Nicodemos ao afirmar que o produtor não abriu mão de visitar esses lugares.

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“Você tem lojas hoje que montaram corners de café para que os produtores, além de irem comprar, também tomem café e encontrem com seus pares”, afirma o vice-presidente da ABMRA. É diante desse cenário que ele acredita que, uma vez superada a pandemia, as feiras agropecuárias deverão retomar o formato presencial.

Entre os produtores ouvidos na pesquisa, 58% afirmaram que pretendem ir a dias de campo, feiras, exposições, congressos e outros eventos que se tornaram virtuais. O percentual é superior aos 39% que declararam já ter ido a algum desses eventos antes da pandemia.

A pesquisa indica que, ao passar a pandemia, onde haja segurança do convívio das visitas, as feiras tendem a retornar. E isso é uma peculiaridade, uma característica do setor do agronegócio e da agropecuária

Ricardo Nicodemos, vice-presidente da ABMRA

 

Segundo ele, esses 58% representam um grupo de produtores que não aderiu ao formato virtual desses eventos. “As empresas produziram essas alternativas, mas isso não significa que o produtor tenha aderido. Essa pesquisa mostra que isso ainda é incipiente, que tem um grupo de produtores que não aderiu – e é exatamente esse grupo que se diz na expectativa de voltar aos eventos presenciais para que eles participem”, observa.

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O levantamento foi feito de forma presencial e cada entrevista levou cerca de uma hora e meia, segundo o presidente da ABMRA. “É um questionário extremamente longo e que o produtor cedeu esse tempo em meio à pandemia”, conta.

Os resultados completos são privados e fazem parte de uma base de dados aos quais as empresas que financiaram o estudo terão acesso. “Com o software, é possível saber se o produtor aderiu a webinar, podcasts e outras ferramentas virtuais, quando ele usa, qual a preferência em questão de dias e horários, que tipo de conteúdo o atrai mais. Tudo isso dividido por cultura, perfil, tamanho e por Estado”, ressalta Nicodemos.

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Tecnologia e internet na rotina

Ainda de acordo com a pesquisa, 94% dos produtores possuem smartphone, sendo a ampla maioria deles com acesso à internet: 91% dos criadores de animais e 88% para os agricultores. Em nota, o presidente da ABMRA detalha que 74% dos produtores usam a internet para se atualizar.

O levantamento também comprova a relevância do Whatsapp como meio de comunicação digital. Nada menos do que 76% dos produtores usam a plataforma para realizar negócios, o que é uma novidade. O Facebook continua sendo importante como rede social, porém, não para fazer negócios. Já o YouTube quase triplicou de importância em relação à pesquisa de 2017.

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“Hoje, os produtores em sua maioria têm smartphone, acesso à internet, computadores. Mas isso não significa que eles gostem de ferramentas virtuais ou que já têm familiaridade com essas ferramentas. Ou até mais do que isso: que já tenham familiaridade com as tecnologias”, completa o vice-presidente da associação.

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Source: Rural

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