Skip to main content

Apesar de ser muito comum às mesas brasileiras, o alho nacional ainda não consegue suprir a demanda interna. Por isso, o consumidor encontra duas versões do produto nos supermercados: os de cascas branca e roxa. Esse último é plantado aqui, e o primeiro vem da China, que é o principal fornecedor, além da Argentina.

Essa dependência do mercado externo vem diminuindo. Até há poucos anos, 60% do consumo brasileiro era suprido por produtores chineses. Com uma safra recorde de 24 mil toneladas esperada para este ano e que começa a sair do campo no próximo mês, a expectativa é de que a produção nacional abasteça 55% do mercado interno.

E, para quem gosta de cozinhar, há outra diferença importante. O alho de casca branca tem o sabor mais suave. É necessário adicionar muito mais produto para atingir aquele sabor ao qual o brasileiro está acostumado. Já o roxo, nacional, tem características organolépticas que garantem maior presença do tempero no paladar com menos quantidade de produto.

Produtores da região do Entorno do Distrito Federal investem no cultivo de hortifrútis e na produção de vinhos. Na foto: Trabalhador semeia o alho em Cristalina (Foto: Wenderson Araujo)

A produção brasileira de alho vem crescendo a passos largos nos últimos anos, graças à descoberta de novas tecnologias e maior conhecimento sobre a cultura por parte dos produtores. Atualmente, o Brasil consegue plantar e colher o produto em uma janela de tempo mais curta do que os chineses e europeus, por exemplo, porque aprendeu a época certa de plantio, adoção de novas sementes e porque vem irrigando maior parte da área cultivada com doses precisas. O manejo sustentável da cultura também tem contribuído muito com o aumento de produtividade das lavouras. Entre as boas práticas está o uso de produtos biológicos/naturais para combater pragas e doenças típicas da cultura. Um dos desafios do cultivo é a mecanização. Hoje, cada hectare plantado demanda 40 pessoas. Apesar da geração de renda para as famílias, encontrar mão-de-obra especializada não é uma tarefa fácil.

saiba mais

Como plantar alho

 

A outra barreira para o agricultor daqui é o preço do produto chinês, que dependendo da época do ano chega aqui a um valor mais baixo que o nacional. Para tentar equilibrar a competição, o governo impôs uma tarifa antidumping.

A boa notícia é que, em caso de desentendimentos com a China, hoje, os produtores nacionais estão mais próximos de sustentar a demanda das famílias brasileiras.

Leia mais artigos de Opinião no site da Globo Rural
Source: Rural

Leave a Reply