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O governo da Argentina decidiu suspender as exportações de carne por 30 dias. A notícia, que surpreendeu o setor produtivo, foi justificada por uma nota do Ministério de Produção e Desenvolvimento Produtivo “como consequência do aumento persistente da carne bovina no mercado interno”.

A mesa de Enlace, que reúne as quatro entidades ruralistas mais importantes da Argentina, se encontra reunida para estudar medidas e não descarta uma greve de produtores, como afirmou o presidente da Confederações Rurais Argentinas (CRA), Jorge Chemes.

“Estamos a caminho de uma paralisação da comercialização de produtos agricólas”, disse Chemes em sua conta de Twitter.

Trabalhador de frigorífico em San Fernando, na Argentina (Foto: REUTERS/Marcos Brindicci)

 

O governo informou que o Consórcio de Exportadores de Carnes Argentinas (ABC) foi notificado sobre a suspensão dos embarques. Na nota oficial do ministério, o argumento é que a decisão é parte de medidas para “ordenar o funcionamento do setor, restringir práticas especulativas, melhorar a rastreabilidade das exportações e evitar a sonegação fiscal no comércio exterior”.

“Enquanto terminam de implementar tais medidas, as exportações de carne bovina estarão limitadas durante um período de 30 dias”, completou a nota. Fonte do governo disse que poderá haver exceções e que o prazo poderia ser reduzido se o pacote de medidas a ser apresentado obtiver resultados positivos.

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O presidente do ABC, Mario Ravettino, esteve na Casa Rosada na tarde de segunda-feira (17/5) para discutir o assunto com o governo. Enquanto isso, as entidades agropecuárias criticam a medida e fazem um paralelo com igual decisão tomada em 2006, quando o então presidente, Néstor Kirchner, alegou agir em “defesa da mesa do argentino”.

Naquela ocasião, a suspensão estava prevista para durar 180 dias, mas permaneceu por 10 anos, nos dois mandatos de Cristina Kirchner, que sucedeu o marido no final de 2007.

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Como resultado da intervenção no setor, os pecuaristas deixaram de engordar o gado e enviaram para abate bezerras fêmeas que poderiam se tornar reprodutoras. O rebanho sofreu uma perda de  12 milhões de cabeças.

Na indústria frigorífica, dezenas de empresas foram fechadas, assim como cerca de 15 mil postos de trabalho. Há cerca de dois meses, o presidente Alberto Fernández deu início a uma série de críticas aos produtores rurais pelos aumentos nos preços dos alimentos, especialmente da carne e do pão.

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Há um mês, o governo estabeleceu novas exigências para os operadores de comércio exterior de carne, grãos, oleaginosas e lácteos, o que acendeu as luzes de alarme dos produtores.
Source: Rural

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