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O futuro do mercado de defensivos biológicos é promissor na agricultura brasileira e deve crescer quase três vezes em relação ao resultado de 2020. É o que indica uma pesquisa realizada pela Consultoria Blink em parceria com a CropLife, entidade que representa a indústria.

Os principais fundamentos para o impulso são a crescente adesão por parte dos grandes produtores de commodities e o aumento do número de registros de novos produtos, com tecnologias avançadas, eficazes e sustentáveis de manejo.

A projeçãode faturamento do segmento de biológicos aponta para R$ 3,7 bilhões até 2030 no Brasil. O montante representa um crescimento de 107% em relação às estimativas de vendas em 2021, que devem resultar em R$ 1,8 bilhão – valor que, se confirmado, será 52% superior a 2020.

Máquina faz pulverização de defensivos agrícolas em lavoura (Foto: Divulgação)

 

“Saímos de um mercado de R$ 675 milhões, em 2019, para R$ 1,18 bilhão, em 2020, 75% a mais em um ano. Se na safra 2017/2018 constatamos que mais de 40% dos produtores não sabiam o que era um defensivo biológico, hoje esse cenário mudou completamente”, avalia Amália Borsari, diretora executiva de biológicos da CropLife.

A pesquisa analisou os dados da indústria de produtos biológicos aprovados e registrados pelo Ministério da Agricultura e considerou a evolução do mercado nos últimos três anos. Não são considerados os insumos biológicos produzidos in farm, que são as biofábricas instaladas dentro das próprias fazendas.

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Dos 433 produtos biológicos registrados hoje no Brasil, 33% deles foram regulamentados nos últimos três anos. E esse mercado quase que triplicará de valor em 2030 na comparação com 2020.

“O crescimento de registros (de novos produtos) é uma fotografia do mercado e deverá permanecer intenso nos próximos anos”, avalia Amália. Entre 2019 e 2020, o valor de mercado dos produtos biológicos teve um aumento de 42% e, de 2020 a 2021, a previsão é a de que a alta seja de 33%, totalizando cerca de R$ 1,8 bilhão. Grandes culturas, como soja, cana-de-açúcar e milho, representam 75% desse total.

“Em todos os anos,a soja e a cana são as que se destacam na proporçãode mercado. A sojarepresenta maisde 40% do usode defensivos biológicos e vem crescendo a cada ano, e a cana,umquinto do mercado de biológicos”, salienta Amália.

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Segundo Lars Schobinger, sócio-diretor da Blink, aqueles produtores que, de alguma forma, já adotam o controle biológico no manejo de pragas correspondem a uma área de 20% do total cultivado no país. Uma vez testado, o nível de entrega e satisfação dos produtos biológicos tende a elevar a fidelização e a estimular a adesão de novos usuários.

Além disso, como principal produtor agrícola mundial em condições tropicais, o Brasil encontra-se cada vez mais desafiado no tocante às pragas e às exigências dos clientes internacionais e dos consumidores.

Hoje, um terço das demandas de campo já pode ser controlado – em parte ou totalmente – por produtos biológicos. Como crescimento do movimento, impulsionado pela indústria, e a adesão dos produtores, o país deve ter de 66% a 75% das soluções de manejo atendidas por controle biológico.

 

“É uma tecnologia que vem avançando muito no Cerrado, em grandes produtores de algodão, que sempre buscaram soluções biológicas para soja e milho safrinha. É um mix de culturas que sinaliza a crescente quantidade de ofertas de soluções e um grande número de empresas nacionais e internacionais interessadas nesse mercado”, afirma Schobinger.

O processo de consolidação do mercado também vem passando pelos interesses de grandes players. Na última década (2010-2020), o cenário de defensivos biológicos no Brasil começou a acelerar, graças ao aumento da adoção em grandes culturas, às fusões e aquisições de empresas nacionais e internacionais nesse mercado e à oferta de um portfólio mais amplo e consolidado, com formulações mistas, shelf life acima de um ano, além do aquecimento do mercado de produtos à base de vírus.

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A partir de 2020, a projeção é de um salto gigantesco como mercado de biológicos integrado ao sistema de distribuição de multinacionais de químicos e um conhecimento ainda maior por parte da indústria, aumentando a concorrência e a exigência de inovação e qualidade dos produtos.

Na década atual (2020-2030), são aguardados importantes lançamentos. Um exemplo são os bio-herbicidas, ainda sem produtos registrados no Brasil, mas sim em outras partes do mundo. Soma-se a isso a ampliação do portfólio de biológicos, trazendo bioquímicos, biotecnologias e formulações com possibilidades de aplicação integrada aos produtos químicos tradicionais.

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Source: Rural

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