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Neste sábado (15/5), é comemorado o Dia Mundial do Whisky. A data, tradicionalmente celebrada no terceiro sábado de maio, foi oficializada em 2009 durante o Whisky Festival Northern Netherlands.

No Brasil, o dia é comemorado, em especial, por empreendedores que têm investido em marcas próprias buscando difundir a produção da bebida e incentivar o aumento no número de consumidores.

Dia do Whisky costuma ser celebrado internacionalmente no terceiro sábado de maio (Foto: Divulgação)

 

“O mercado no Brasil ainda é dominado pelas marcas do chamado blended whisky, e na sua grande maioria são importados. Porém, já estão surgindo algumas destilarias no Brasil que estão focando na produção de whisky de alta qualidade, com o mesmo cuidado que são produzidos os famosos single malts da Escócia", afirma o empreendedor Leandro Dias.

Segundo ele, as perspectivas são otimistas para o setor no país. "Se analisarmos pelo lado que para uma cervejaria se transformar também em uma destilaria, basta um destilador e alguns barris, o potencial desse mercado é muito grande”, destaca.

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Dias é criador do curso “Lucrando com bebidas”, em que ensina como é possível ter a sua própria marca sem muita burocracia nem necessidade de investimentos milionários. O empresário também tem a sua marca própria de bebida, a Middas, que é conhecida por ser a única cachaça no mundo produzida com flocos de ouro.

Leandro Dia criou o curso “Lucrando com bebidas”, além de ter a sua marca própria (Foto: Divulgação)

 

Foi através das redes sociais e com o início da pandemia que empreendedor Henrique Carolenske, de Maringá (PR), descobriu o curso que o fez mudar totalmente de ramo.

“Certo dia, estava na praia olhando as redes sociais, quando encontrei, por acaso, o anúncio de um empreendedor que dizia ensinar como ter sua própria marca de bebida destilada sem ter um alambique e com baixo investimento”, afirma Carolenske.

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Com a reclusão das pessias em casa e o aumento do consumo de bebida alcoólica no começo de 2020 por causa da pandemia, Carolenske viu a possibilidade de explorar a demanda e um mercado com muito espaço para o produto nacional.

Henrique Carolenske tirou do papel o sonho de ter sua própria marca de bebidas (Foto: Divulgação)

“Então, vendo que existe espaço e demanda de um produto nacional e de qualidade, pensei: por que não oferecer para o brasileiro algo que ele busca e merece? Uma bebida de qualidade, luxuosa, elegante que representa todas as vitórias que ele constrói diariamente?”, questionou.

A escolha pelo whisky para investir veio para desmistificar a concepção de que não é possível produzir a bebida de qualidade no país. Para conseguir chegar no sabor ideal, ele recebeu diversas amostras da bebida de destilarias indicadas por Dias.

Porém, nesse período, Carolenske acabou contraindo Covid-19, e como havia perdido tanto o paladar como o olfato, os amigos acabaram ajudando a degustar as amostras. “Assim que me recuperei, experimentei as amostras que as pessoas disseram ser as melhores até encontrar o whisky ideal”, conta Carolenske.

Prevista para ser lançada no final deste mês, a sua bebida foi batizada de Whisky Lemac e terá sua produção totalmente terceirizada. “Desde que meu pai faleceu, quando eu tinha 25 anos, sempre quis deixar um legado da minha família no mundo, e agora, com o lançamento do whisky, o legado da família irá permanecer em forma de bebida”, diz o empreendedor.

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Inspiração materna

A primeira lembrança que o empreendendor paulista Bille Marinho, de 26 anos, diz ter do whisky foi com a sua mãe, Rosangela Chagas, trazendo uma garrafa do mercado e dizendo que era para eles “relaxarem um pouco”. Aquilo ficou na cabeça dele como uma bebida feita para os momentos prazerosos.

A vontade de ajudar a própria mãe fez com que o empreendedor se aventurasse no mercado de bebidas e lançasse sua própria marca de whisky. Foi então que, em 2019, Bille e sua irmã Beatriz decidiram dar os primeiros passos do que viria a ser o whisky Século7.

Bille Marinho, empreendedor do ramo de bebidas, criou a sua própria marca de whisky (Foto: Divulgação)

A ideia de investir nessa bebida foi através da influência dos clientes da empresa de sua mãe. Em 1994, Rosangela fundou uma empresa de moda country, e, em 2009, criou outra voltada para o mercado de figurinos de luxo para shows, teatro e eventos, batizada de Figurinos Ponto de Luz.

"Como todos eram muito bem relacionados e com alto poder aquisitivo, achei que seria uma boa ideia apostar nesse público-alvo", diz o empreendedor.

Marinho sempre trabalhou como web designer, e, com a pandemia, decidiu no ano passado realizar um curso online para entender melhor como poderia pôr em prática o sonho de criar o próprio whisky. Após o curso, não teve mais dúvidas.

"Como alguns brasileiros costumam ter um certo preconceito com bebidas nacionais, queremos participar de concursos internacionais para conseguir credibilidade e confiança no mercado nacional", ressalta Marinho.

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Produção nacional

Segundo Dias, a maneira mais rápida e lucrativa para se ter uma marca de whisky no Brasil é através da terceirização da produção. Com isso, destilarias parceiras se encarregam de todo o processo produtivo e o envelhecimento do whisky, enquanto o dono da marca foca nas estratégias de marketing e vendas para alcançar o mercado de maneira mais assertiva.

“Para aqueles que vão terceirizar a produção para construírem sua marca, normalmente já compram o whisky envelhecido da destilaria pronto para envasar”, explica.

A produção do whisky no Brasil, na maioria dos casos, se inicia através do malte importado. Esse malte é fervido a uma temperatura de 63ºC para que ocorra a conversão de açúcar. Após isso, ele é fermentado para que o açúcar se transforme em álcool. O concentrado desse álcool é obtido através de duas destilações em alambiques de cobre.

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Depois do processo de destilação, essa bebida é chamada de "new make spirit". Somente após envelhecer por no mínimo dois anos em barris de carvalho é que pode ser chamado de whisky no Brasil.

Outro ponto que está mais simplificado no Brasil para empreender no ramo é a situação tributária, afirma Dias. “As questões tributárias já foram os piores gargalos no passado, porém, hoje, para um dono de marca, é possível que se enquadre no Simples Nacional, o que o fará pagar menos impostos”, observa.
Source: Rural

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