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Um pulverizador autopropelido voltado para os pequenos e médios produtores de grãos, totalmente desenvolvido no Brasil, que usa a estrutura de chassis das máquinas maiores e promete uma economia de até 60% no combustível. O BS2225H da Valtra, desenvolvido na fábrica de Mogi das Cruzes (SP) para substituir a geração dos BS2517H, custa a partir de R$ 950 mil, dependendo das configurações, e já está sendo entregue aos primeiros compradores, segundo o gerente de Marketing Estratégico de Plantio e Pulverização da AGCO América do Sul, Fabricio Müller.

“A máquina foi otimizada para atender desde o pequeno produtor que tem 150 hectares e pode prestar serviços para o vizinho até o médio de 650 hectares. Graças ao chassi flexível herdado das máquinas maiores com eixos independentes e torção de 12 graus nos eixos, o pulverizador pode entrar em áreas com até 32% de declividade e em condições adversas de umidade.”

Novo pulverizador autopropelido da Valtra durante aplicação em plantação de soja (Foto: Divulgação/Valtra)

 

Müller diz que as vendas do novo modelo se concentram no sul, onde a maioria das propriedades são pequenas e médias, mas também já há muitas encomendas de produtores do Sudeste e do Cerrado atraídos pela economia de combustível e pela possibilidade de tratos culturais de soja em áreas mais inclinadas. “O pulverizador, máquina que precisa entrar diversas vezes na lavoura, foi desenvolvido com base em duas premissas: como reduzir o desperdício e como aumentar a produtividade.” O aumento de potência que gerou economia de combustível se deu com a substituição dos motores de 6 cilindros da versão anterior pelo AGCO Power de 4 cilindros de 174cv. Os sensores garantiram a estabilidade e nivelamento das barras para ter uma melhor qualidade de aplicação. “Nos testes com e sem o uso dos sensores, identificamos uma variação de 2 a 3 sacas na produtividade.”

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A máquina, que entrou em produção em abril, vai ser exportada para América do Sul, especialmente Argentina, leste europeu e África do Sul. A capacidade de produção deste ano, que não é revelada pela montadora, já está comprometida com a rede de concessionárias. O gerente ressalta que está sendo um desafio grande a entrega do equipamento devido ao estresse da cadeia de suprimentos que atinge todo o setor de máquinas desde o ano passado, provocando atrasos na produção e entrega.

O principal lançamento da Valtra no primeiro semestre tem como objetivo elevar as vendas no segmento de pulverização classe 2 (2.500 litros). A máquina tem tecnologia embarcada de controle de pulverização por taxa variável, diferentes níveis de automação das barras de 25 m e 28 m, piloto automático com diferentes níveis de precisão, controle hidráulico da bomba de pulverização e interface do operador em um único terminal.

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Segundo o executivo da Valtra, o processo de desenvolvimento da máquina levou três anos. Depois de identificar a necessidade do produtor, a montadora criou um protótipo e o submeteu a testes de 4 mil a 6 mil horas de rodagem em várias propriedades, de várias regiões do país. Após os protocolos serem validados, o pulverizador entrou na linha de produção, com o necessário ajuste da cadeia de fornecedores. O investimento não foi revelado nem o market share da marca.

Na fazenda

Iomar Razera, produtor gaúcho de 3.500 hectares de soja, 1.000 de milho, mais trigo, aveia e cevada de Passo Fundo e Quevedos, foi um dos que testaram a nova máquina por dois anos. Ele destacou a versatilidade do chassi que sobe as rampas e a estabilidade da barra, mas diz que aprovou também a economia de combustível e o “conjunto da ópera”.

“O pulverizador facilita o trabalho e garante aumento real de produtividade. E, pode escrever, quando uma máquina dá certo no sul, dá certo em qualquer outro lugar.” Segundo Razera, a máquina executa bem o serviço e aceita novas tecnologias. “Dá para fazer aplicação guiada por drones.”

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Além de produtor, Razera é concessionário Valtra, com unidades em Passo Fundo, Vacaria e mais seis cidades gaúchas. Ele já garantiu duas máquinas para suas fazendas e diz que conseguiu comprar outras cinco para seus clientes. Segundo ele, atualmente, a oferta da indústria está menor que o apetite do produtor. “Nunca vendi tanto trator em março e abril como neste ano. A sorte é que estamos na entressafra e o agricultor está se programando com antecedência.”
Source: Rural

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