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O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Antonio Galvan, voltou a tecer críticas a integrantes da Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura, encampada pela Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), por se oporem à aprovação do Projeto de Lei da Regularização Fundiária (PL 510/2021). Na avaliação da Aprosoja, o PL moderniza e torna mais transparentes as regras de regularização fundiária de terras da União e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

De autoria do senador Irajá (PSD-TO), a proposta está em pauta desde 28 de abril e, nos próximos dias, deve ir à votação no Senado. Galvan questiona por que empresas e entidades vinculadas à Coalizão tentam impedir a aprovação desta matéria.

Antonio Galvan, presidebnte da Aprosoja Brasil (Foto: Divulgação/Aprosoja)

 

“A proposta não vai anistiar irregularidades de grileiros nem de quem tiver cometido crimes ambientais. Aquele que praticou o desmatamento ilegal não será anistiado pelo projeto”, avalia o presidente da Aprosoja. Na visão dele, a lei, caso seja aprovada, permitiria a regularização daqueles que estão em conformidade com o Código Florestal (Lei 12.651/2012).

Galvan defende a tese de que o governo “incentivou famílias a ocuparem terras e produzir alimentos.” Por isso, argumenta que “o poder público tem essa dívida com essas famílias”. E depois acusa as empresas de "perpetuarem esse impasse”, ao quererem evitar a aprovação do projeto.

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Segundo o líder da associação, “os integrantes da Coalizão Brasil adotam um tom crítico apenas contra o Brasil e ignoram os problemas ambientais cometidos por outros países”. “Não vemos a Coalizão criticar a China, os Estados Unidos, a Índia, países da União Europeia e a própria Rússia, que têm muito mais emissão de carbono e afetam mais o clima do que o Brasil”, continua em tom crítico.

O presidente da Aprosoja vai além e afirma que “os integrantes da Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura não representam os produtores rurais, que têm de cumprir o Código Florestal, e estão submetidos às punições previstas nas leis ambientais brasileiras”. Segundo ele, essas empresas firmam compromissos para os produtores cumprirem e ainda os criticam.

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“Nossos clientes internacionais tentam manipular os produtores forçando-os a cumprirem exigências mais rigorosas do que nossa legislação para satisfazer pedidos descabidos de compradores estrangeiros, a maioria europeus. Fazem isso porque não estão na pele dos nossos produtores, que estão no limite para o cumprimento destas regras”, alfineta.

O presidente da Aprosoja Brasil ainda polemiza: “ao contrário do que manifestaram recentemente representantes da Coalizão, Clima, Florestas e Agricultura, os produtores rurais brasileiros não estão desconectados da realidade dos compradores internacionais”.

“Na realidade, quem gera os resultados efetivos do agro são os produtores primários. Eu gostaria que eles fizessem aos produtores rurais europeus as mesmas exigências que fazem aos nossos, pois sabemos que é praticamente impossível aplicar o Código Florestal naqueles países. Isso inviabilizaria a atividade agropecuária lá”, declara.

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O presidente da Aprosoja Brasil afirma que "a soja brasileira cresceu majoritariamente em áreas já ocupadas pela população, em sua grande maioria, de Cerrado e localizadoa na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), não na Amazônia". Ainda segundo ele, a taxa de ocupação da agricultura nesses biomas é baixa e não os ameaça.

“Apesar de tudo isso, parece que nós estamos errados. Enquanto o mundo ocupa mais de 50% de suas áreas com a produção agropecuária, chegando em alguns casos a mais de 70%, e tem uma agricultura que emite mais carbono do que a brasileira, a nossa pecuária é extensiva, está em grande evolução”, conclui Galvan.
Source: Rural

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