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*Publicada originalmente na edição 426 de Globo Rural (maio/2021)

Mesmo com 62 anos de trajetória e com 6.840 funcionários, o grupo 3corações não tem o engessamento típico das grandes corporações.

A leveza e a fluidez com que a empresa se adapta a mudanças, como as impostas pela pandemia, é uma herança de seu fundador, João Alves de Lima, que faleceu em 2018. “Papai era um empreendedor inventivo, um humanista, que gostava de gente”, diz Pedro Lima, presidente da 3corações.

Cápsula de café da 3corações em parceria com o chef Alex Atala (Foto: Divulgação)

 

Não por acaso, os três pilares da política de recursos humanos (RH) da companhia são: cuidar, desenvolver e remunerar. “Mas nosso cuidar é amplo, vai além das especificações do RH clássico”, diz Sueli Alves, diretora da área no grupo. “É comum entrevistarmos a família para poder transferir um colaborador de uma região para outra”, explica.

Esse cuidado se intensificou em 2020. Logo que a pandemia eclodiu, o grupo se organizou: os funcionários de escritório – cerca de 1.000 pessoas – passaram a trabalhar de casa e os demais continuaram na empresa, mas respondiam a questionários diários. A qualquer sinal de Covid-19, a célula de saúde com telemedicina era acionada, o profissional era afastado e passava a ser acompanhado pelos médicos.

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A forma de condução da crise sanitária permitiu a empresa crescer e contratar mesmo em um período de adversidades. De 2020 para cá, foram admitidas 439 pessoas. Algumas vieram com a aquisição da divisão de café torrado e moído da japonesa Mitsui Alimentos, dona de marcas como o Café Brasileiro, e outros com a internalização da plataforma de e-commerce e o aumento do time de vendas. “Contratamos muita gente para a área comercial. Temos 90 mil clientes, mas nesta pandemia surgiram outros canais. Estamos aumentando a quantidade de vendedores para chegar a 200 mil clientes”, diz Pedro Lima.

A maioria dos funcionários da 3corações (61% dos colaboradores) são da geração Y, ou seja, pessoas nascidas entre 1980 e 1996. “Costumamos dizer que a 3corações é uma grande startup e o jovem navega muito bem nesse ambiente”, diz a diretora de RH. Ao mesmo tempo, a companhia é reconhecida pelos funcionários pelas oportunidades de crescimento.

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Esse é o caso de Sueli, que tem 26 anos de casa. É também a história de Rosiane de Sousa Lima, que está há dez anos na empresa. Quando tinha apenas o segundo grau completo, ela entrou como estagiária do departamento jurídico, depois se tornou assistente, analista jurídica, fez faculdade e agora é advogada da companhia – que, por sinal, valoriza a convivência entre diferentes gerações.

Costumamos dizer que a 3corações é uma grande startup e o jovem navega muito bem neste ambiente"

Sueli Alves

Para prestigiar “as pratas da casa”, o grupo 3corações tem o ritual de passagem. Quando o profissional entra para a organização, ele recebe um crachá de uma cor, que a cada cinco anos vai mudando de coloração. Quando se aposenta, ganha um crachá de aço com passe livre em qualquer unidade do grupo.

Além do programa de bolsas de estudo (inglês, graduação, pós-graduação e mestrado), o grupo 3corações tem uma série de treinamentos. Começa com a Categoria de Base, termo emprestado do futebol para a primeira capacitação dos funcionários. Depois eles têm o Treinamento de Gestão, em que aprendem a ver as conformidades, metas e orçamento. E o Treinamento de Liderança, que visa desenvolver o perfil de líder e ajudá-los a gerir pessoas.

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(Foto: Editora Globo)

 

Aliás, a liderança no grupo é um assunto central. Pensando nisso, no ano passado, a 3corações contatou a FGV, que desenvolveu um curso customizado, voltado ao líder do futuro. O programa recebeu o nome de Acelera Coração e a primeira turma é composta de 33 talentos de diversas áreas da companhia.

Em relação ao público feminino, as mulheres representam 32% dos funcionários da 3corações “Elas também ocupam 30% dos postos de liderança”, diz a diretora de RH. E esse percentual sobe para 48% quando o foco é o Centro de Serviço Compartilhado (CSC), a holding administrativa da empresa. “Lá, a head de marketing, a gerente geral do jurídico, a líder da área tributária são todas mulheres”, finaliza Sueli.
Source: Rural

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