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(Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

 

As exportações de soja do Brasil em maio deverão recuar após terem registrado um recorde histórico para todos os meses em abril, com o mercado um pouco mais abastecido depois de grandes embarques do maior produtor e exportador global, conforme analistas e dados da programação de navios nos portos.

Além disso, a China mais cautelosa em negócios – após os preços do produto na bolsa de Chicago atingirem os maiores níveis em cerca de oito anos – e os prêmios negativos ante os contratos futuros nos portos brasileiros trazem a confirmação de que "o melhor já passou" para a exportação do Brasil este ano, disse o analista da AgRural Fernando Muraro.

"A China deu uma ausência no nosso mercado, após grandes compras. Eles (chineses) deram uma sumida no mercado brasileiro", afirmou Muraro, notando que a estratégia chinesa "foi perfeita", quando compraram antecipadamente grandes volumes, antes da "explosão" dos preços.

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Após um abril "maravilhoso", com embarques históricos de 17,38 milhões de toneladas, Muraro avalia que um número "bom" para maio indique algo entre 14 milhões e 15 milhões de toneladas na exportação nacional.

Dados da agência marítima Cargonave apontam uma programação de navios para embarque de soja nos portos brasileiros menos intensa ante o visto para abril.

Segundo a Cargonave, havia cerca de 180 navios programados para embarcar soja em maio, número semelhante ao visto na programação para o mesmo mês do ano passado. Contudo, o "line-up" para abril indicava cerca de 250 embarcações no início do mês passado.

 

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Considerando que cada navio carrega cerca de 60 mil toneladas, os embarques previstos para este mês, até o momento, atingiriam quase 11 milhões de toneladas.

Com exportações volumosas em maio – ainda que abaixo do recorde de abril -, a indicação é de concentração dos embarques brasileiros no primeiro semestre, afirmou o analista da AgRural, que projeta para o ano entre 83 milhões e 85 milhões de toneladas – total que poderia ser recorde, se atingir a faixa superior.

Entre janeiro e abril, as exportações de soja do Brasil avançaram 6,5% em volume, para quase 34 milhões de toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

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"Vamos ter ritmo forte no primeiro semestre, mas muitas dúvidas começam a pairar no ar para o segundo semestre. Estamos vendo ausência da China, enquanto a safra americana está em jogo", disse Muraro, lembrando que os chineses, após comprarem muita soja, estão esperando sinalizações do tamanho da produção dos Estados Unidos, que estão plantando atualmente a próxima colheita.

Outra sinalização de que o "melhor já passou" para a exportação de soja do Brasil, disse o analista, é que operadores de logística estão atrás de carga para junho. "Está tudo contratado em maio, mas junho…Quero ver de junho para frente."

Clima desfavorável

Outro fator a ser considerado para as exportações brasileiras é o clima. Embora o interior do Brasil esteja com tempo predominantemente seco, tem chovido no litoral, o que atrapalha os embarques, que não podem ser feitos com umidade.

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Os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), os mais importantes do país para soja, deverão ter problemas nesta semana, disse o agrometeorologista da Rural Clima Marco Antônio dos Santos.

"Todo o litoral brasileiro e a faixa litorânea terá muita chuva, inviabilizando os trabalhos de embarques", afirmou.
Source: Rural

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