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(Foto: REUTERS/Marcos Brindicci)

 

Os frigoríficos de carne bovina do Mato Grosso reportaram uma taxa de utilização real de 65,08% em março, segundo dados do boletim semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

O número, que representa queda de 9,35 pontos percentuais em relação a fevereiro, indica uma ociosidade de 34,9% – bem abaixo dos dados oficiais coletados pelo instituto junto aos órgãos de inspeção federal e estadual, que apontaram ociosidade de 60,4% no mesmo período.

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De acordo com o Imea, a redução na utilização é resultado da oferta ainda restrita de animais no Estado, o que também impactou a composição das escalas de abate da indústria, com queda de 0,21 dia no período analisado.

Com isso, o abate total de gado diminuiu 1,30% e totalizou 342,55 mil cabeças em Mato Grosso, segundo dados reportados pelos frigoríficos ao Imea. “Vale destacar também que as regiões que mais colaboraram para esse cenário foram a médio-norte e a centro-sul, que registraram decréscimos de 24,99 e 17 pontos percentuais, respectivamente, na utilização dos frigoríficos”, explica o instituto em nota.

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Entre as indústrias que seguiram em funcionamento no Estado, o Imea destaca que 83% mantiveram menos de 50% da sua operação (48,92%), representando queda mensal de 5,24 pontos percentuais.

A redução do uso da capacidade instalada também tem sido adotada como estratégia por parte das empresas que atendem ao mercado interno brasileiro, onde o consumo de carne bovina atingiu o menor patamar desde 1996 devido ao agravamento da crise econômica em meio à pandemia de Covid-19.

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Segundo o pesquisador do Centro de Inteligência da Carne da Embrapa, Guilherme Cunha Malafaia, a taxa de ociosidade acima de 50% observada atualmente no país é “altíssima”.

“Se formos pensar em termos de custo operacional, isso é altíssimo. Porque o custo fixo continua o mesmo. O que vai variar são os custos variáveis, mas ainda há um custo fixo de manter a planta funcionando e ele será diluído quanto mais animais forem abatidos. Portanto isso acaba se tornando uma conta pesada para a indústria”, explica o pesquisador.

De acordo com o Imea, a perspectiva é de que tenha havido aumento na oferta de animais em abril devido à proximidade da estação seca – o que força o pecuarista a escoar os animais prontos para abate sob risco de haver perda de peso do rebanho.
Source: Rural

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