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(Foto: Marcelo Moraes/Arquivo pessoal)

 

A partir de relatos de pessoas que pescaram piranhas vermelhas na bacia do rio Jacuí, o Ibama identificou nesta segunda-feira (3/5) que a área de aparecimento desses peixes invasores e predadores dobrou de 150 km para 300 km no Rio Grande do Sul.

As piranhas, também chamadas de palometas, têm causado perdas aos pescadores profissionais por atacar os peixes nas redes. Na colônia de pescadores de Santo Amaro, no município de General Câmara, a proliferação delas fez com que a pesca diária de 20 kg por pescador caísse para 2 kg.

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Segundo o biólogo e analista ambiental do Ibama Mauricio Vieira de Souza, as piranhas, da espécie Serrasalmus maculatus, apareceram nos rios de mais quatro cidades: Santa Margarida do Sul, Restinga, Estrela e Triunfo. Na semana passada, os peixes originários da bacia do rio Uruguai já tinha sido identificados em Cachoeira do Sul, Rio Pardo, Vale Verde, Bom Retiro do Sul e General Câmara.

O analista diz que esse tipo de peixe prefere rios de menor porte, com menos corredeiras. “Eles buscam rios mais protegidos. Então, é natural que tenham subido pelo rio Taquari, que é afluente do Jacuí.”

Foto mostra o tamanho de piranha que apareceu no RS. Segundo biólogos, ela pode chegar a 34 cm (Foto: Maria Luísa Krever Conzatti/Divulgação)

 

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Os relatos dos colaboradores chegam ao Ibama por meio de um questionário que pretende identificar o tamanho da infestação dos peixes invasores e o risco que representam para a pesca da região.

“Os relatos são variados. A maioria diz que pescou na vara as piranhas e que elas têm de 10 cm a 20 cm de comprimento. Teve um morador que disse, inclusive, que comeu a piranha", destaca Souza.

Impacto e prejuízo

O presidente da Associação dos Pescadores de Santo Amaro, Everson Flores, disse que já pegou em suas redes mais de 70 piranhas e que o tamanho delas está aumentando. A entidade está pedindo ajuda à prefeitura, Ibama e outros órgãos porque os pescadores estariam passando fome sem os ganhos da atividade.

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O prefeito de General Câmara, Helton Barreto, ainda aguarda uma resposta do Ministério da Cidadania ao pedido de auxílio emergencial para os pescadores do município, já que a Secretaria da Pesca recusou a concessão de um seguro defeso.

Segundo Barreto, que também é presidente da Associação dos Municípios da Região Carbonífera, há várias prainhas ao longo do rio Jacuí, mas não houve relatos de pessoas mordidas pelas piranhas.

Por conversas com o Ibama, o prefeito acredita que as piranhas vieram para ficar no Jacuí. “O habitat aqui é favorável a elas. Daqui a pouco teremos que aprender a pescar e achar comércio para as piranhas.”

Ataque de piranhas tem preocupado pescadores gaúchos (Foto: Marcelo Moraes/Arquivo pessoal)

 

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A principal teoria para a chegada das palometas ao Jacuí é que tenha ocorrido uma transposição de águas na confluência dos rios Ibicuí e Vacacaí.

Segundo o analista do Ibama, não existe metodologia para erradicar uma espécie de peixe invasora e o mais provável é que as comunidades do Jacuí tenham mesmo que aprender a conviver com as piranhas. Nos casos de invasão, ele diz que é normal haver uma proliferação rápida no início e depois uma estabilização, já que a espécie entra na cadeia alimentar do rio.
Source: Rural

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