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Canavial em Ribeirão Preto (SP) (Foto: REUTERS/Marcelo Teixeira)

 

A moagem de cana-de-açúcar do Centro-sul do Brasil deve ter uma queda entre 4,5% e 6,3% na safra 2021/2022, iniciada no dia primeiro de abril, na avaliação da consultoria StoneX. De acordo com relatório divulgado nesta segunda-feira (3/5), a expectativa é de que as usinas processem entre 567,2 milhões e 578,1 milhões de toneladas da matéria-prima, em meio a um cenário de queda de produtividade.

No relatório, os analistas da consultoria afirmam que a expectativa era de uma quebra mais moderada na moagem, em comparação com a safra 2020/2021, encerrada em 31 de março. No entanto, o cenário de clima mais favorável não se confirmou. E, com a previsões ainda indicando chuva abaixo da média, eles avaliam que parece mais claro um efeito significativo das condições adversas sobre o resultado no campo.

“Os modelos climáticos seguem sinalizado chuvas abaixo da normalidade ao longo das próximas semanas, o que tem pesado sobre as perspectivas produtivas das unidades produtoras do cinturão canavieiro. De fato, parece cada vez mais claro que haja impacto significativo sobre a produtividade dos canaviais que serão colhidos em 2021/22, com consequente redução da fabricação de açúcar e etanol”, diz a StoneX.

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Ainda conforme a consultoria, além das chuvas, as projeções de produtividade levaram em conta a idade dos canaviais, em um cenário que os especialistas consideram de reforma “relativamente elevada” nas lavouras. Nos diversos cenários projetados, o rendimento de campo na safra 2021/2022 deve ter quedas que variam de 5,4% a 7,3% na comparação com a temporada passada.

“O que fica claro, portanto, é que haverá perda de potencial produtivo na temporada corrente, mas o tamanho dessa diminuição ainda é incerto, sendo que as condições climáticas nos próximos meses precisarão ser acompanhadas de perto, de modo a determinar com maior precisão essa dinâmica”, diz o relatório.

Açúcar e etanol

Na avaliação da StoneX, as usinas do Centro-sul do Brasil devem manter a tendência de reforçar a produção de açúcar nesta safra. Os analistas levam em conta o alto volume de produção já com preços de venda fixados, além de eventuais custos que possam estar atrelados a uma alteração do mix de produção.

Diante disso, considerando a possibilidade de uma safra um pouco mais açucareira que a passada, a consultoria projeta um direcionamento de 46,3% da matéria-prima para a produção da commodity.

“Mesmo que o mix açucareiro não se eleve de maneira acentuada, espera-se que a produção de açúcar não diminua para patamares muito inferiores em relação ao atualmente projetado por nós, de 36,1 milhões de toneladas”, diz o relatório.

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Na outra ponta, a avaliação é de um quadro de oferta e demanda apertado para o etano, tendência, que, de acordo com os consultores, estaria cada vez mais clara. Ainda que predominem incertezas em relação ao consumo de combustíveis diante da permanência da pandemia, a situação que se mostra é de recuperação dessa demanda em relação a 2020.

“O que deve ditar, portanto, a elevação ou não do mix açucareiro é o balanço de etanol – e a atratividade entre as duas commodities, especialmente no fim da temporada, dado que o ritmo de fixação para os contratos mais distantes na ICE/NY ainda tem espaço para aumentar”, afirmam os analistas.
Source: Rural

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