Skip to main content

(Foto: Getty Images)

 

Cerca de 85% das mais de 1.000 vinícolas registradas no Brasil são micro e pequenas empresas que sobreviviam, quase que exclusivamente, das vendas ligadas ao enoturismo. Com a pandemia de Covid-19 e o distanciamento social, as estratégias digitais viraram a grande aposta do setor para alavancar os negócios.

No Brasil, os supermercados respondem por cerca de 75% das vendas de vinho, mas os e-commerces têm crescido unindo praticidade, entrega em casa e variedade de rótulos. A Evino, por exemplo, criou um canal específico para promover vinhos produzidos por pequenas vinícolas. Já a Cantu Importadora está inserindo, pela primeira vez, o vinho brasileiro em seu portfólio.

“Nosso mercado tinha uma concentração em distribuição para bares e restaurantes, que foi afetado muito diante da pandemia. Mas o setor já vinha trabalhando, especialmente nos últimos cinco anos, canais de vendas para o consumidor final. Isso proporcionou que o e-commerce já estivesse mais preparado quando a pandemia chegou”, analisa Felipe Galtaroça, CEO da Ideal Consulting, empresa de auditoria de importação e inteligência de mercado especializada em segmento de bebidas e alimentos.

saiba mais

Tinto ou branco? Com ou sem gelo? 9 dicas para escolher e beber vinho em dias de calor

Com vendas em alta, vinho em lata vira tendência no Brasil

 

A abertura de novos canais foi um fator importante, mas não o único do crescimento do vinho brasileiro. Um agregado de fatores tornou o produto nacional protagonista em 2020, como a alta do câmbio e a profissionalização do mercado – o que se somou à qualidade das uvas colhidas, em uma das melhores safras da história.

Levantamento da Ideal Consulting aponta que a comercialização de vinhos finos registrou alta próxima de 100% em relação a 2019, e o consumo per capita por maiores de 18 anos saltou de 2,13 litros para 2,78 litros.

Conforme Galtaroça, a indústria brasileira inicia 2021 tendo como maior desafio a escassez de insumos, repetindo o que ocorreu no fim do ano passado. Ainda assim, o primeiro trimestre de 2021 fechou com um crescimento de 3% no abastecimento de mercado de vinho e importados em relação ao mesmo período de 2020.

saiba mais

Produção de vinhos no Brasil teve "safra das safras" em 2020

 

“A gente vive um cenário econômico pior do que em 2020, o consumidor tem um efeito psicológico mais abalado e o grande desafio será sustentar o crescimento de 2020 em 2021 diante dessas adversidades”, pondera o analista.

Feiras virtuais

 

Wine Summit 2020 (Foto: Vagão Filmes)

 

Após mais de um ano de pandemia, os eventos ligados ao setor também apostam no engajamento digital para estimular a troca de informações e os negócios. A Wine South America, por exemplo, uma das principais feiras de vinhos da América Latina, terá uma edição híbrida em 2021 para debater os desafios do setor.

“A feira física é o momento do encontro, do aperto de mão, olho no olho, é a grande expectativa do publico. Mas, diante do cenário atual, os projetos on-line vieram e estão atendendo muito bem este momento”, afirma Jussara Konrad, diretora da Wine South America.

saiba mais

Brasil se torna principal destino das exportações chilenas 

 

No primeiro ano, em 2018, a feira física movimentou R$ 10 milhões em negócios e, no ano seguinte, o faturamento dobrou. Para a 3ª edição, haverá um circuito digital que inclui, nos dias 12 e 13 de maio, a segunda edição do Wine Summit – voltado à promoção do vinho brasileiro – e a Wine Connection, com rodadas de negócios on-line reunindo 35 micro e pequenas vinícolas do Rio Grande do Sul.

A ideia, segundo os organizadores, é que a Wine Connection seja uma plataforma digital que permita conectar compradores das principais redes importadoras, distribuidoras, atacadistas, varejistas e profissionais com os principais produtores de vinhos do Brasil, incluindo experiências de degustações dos rótulos em casa.
Source: Rural

Leave a Reply