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(Foto: Divulgação)

 

Com a arroba bovina em preço recorde e os cortes tradicionais cada vez mais caros nos açougues, ficou mais difícil economizar no churrasco. Mas é possível. 

A Revista Globo Rural ouviu especialistas no assunto para trazer dicas de como celebrar o Dia do Churrasco, comemorado neste sábado (24/4), de um jeito que não pese tanto no bolso. “É lógico, com esse momento de pandemia, não pode reunir amigos e um monte de gente”,  lembra o mineiro José Almiro, do canal Churrasqueadas.

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Almiro lembra que além dos cortes tradicionais, como picanha e contra-filé, existem outros mais acessíveis e, ao mesmo tempo, macios e saborosos. É o caso da fraldinha — “hoje é sensação nos churrascos e tem um custo bem menor que uma picanha”, diz.

Ele recomenda também a maminha e o miolo da alcatra. A exemplo dos miolos do acém e da paleta, “outros cortes antes chamados de carne de segunda, hoje, devido à melhora na genética e na criação do gado, são excelentes para churrasco”, recomenda. Outras partes do animal como ponta de peito e cupim proporcionam churrascos deliciosos, só que demandam mais tempo de cocção, afirma Almiro.

Pós-graduado em ciência da carne no Centro de Tecnologia de Carnes (CTC), o chef Mário Portella ressalta como as mudanças de manejo do gado influenciaram o que é considerado um  bom corte.

“Hoje em dia não tem mais esse conceito de carne de primeira, de segunda, e sim animal de primeira e de segunda. Já temos muitos cortes do dianteiro, que eram malvistos, que mandávamos moer duas vezes e, agora, são extremamente macios. Dá para pegar raquete, shoulder e até o próprio acém, muito mais baratos, e substituir a picanha com muito mais sabor”, explica Portella.

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Outras carnes

Portella defende que no churrasco é possível aproveitar qualquer corte ou proteína: “É possível ter vários preparos legais. Língua de porco, língua de boi, porco na brasa. Dá para usar o rabo do animal. São várias as possibilidades”, conta.

José Almiro lembra dos preços mais acessíveis do frango e do suíno. “E ambos proporcionam um churrasco de alta qualidade quando feitos da forma correta. Diferentes cortes do porco são preparados de formas distintas. São carnes que aceitam mais temperos”, ensina.

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O mineiro José Almiro, do canal Churrasqueadas (Foto: Divulgação)

 

 

 

Evite desperdício

Se a ideia é aproveitar o máximo possível da carne, Portella recomenda evitar cortes gordurosos e com ossos, como a costela. “É uma carne extremamente saborosa, mas, como estamos falando de custo, é uma das mais caras e de menor rendimento. Uma peça de um quilo, por exemplo, depois de ir para brasa, já sai com seiscentas gramas. O churrasqueiro ainda retira o osso. Sobram 300 ou 400 gramas”, conta.

O especialista indica carnes magras como a fraldinha red, na qual a capa de gordura é destacada. "O patinho é outro corte muito usado nos dias de hoje justamente por ter um teor baixo de gordura”, ele acrescenta.

José Almiro sugere incluir opções de acompanhamentos, como salada, pão de alho, farofa, maionese, etc. Para evitar desperdício, calcule mais ou menos 300 a 400 gramas de carne por adulto, servindo com os acompanhamentos. “E, claro, se sobrar, depois faça um arroz carreteiro”, pontua.

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Dicas para inovar com menos

 

Segundo especialistas, um bom churrasco pode ser feito com carnes de menor preço (Foto: Pexels/Creative Commons)

 

Portella recomenda, também, um investimento que pode fazer os futuros churrascos saírem mais barato: um moedor de carne manual, que custa cerca de R$ 100. A ferramenta pode ser usada para produzir embutidos artesanais com as carnes mais acessíveis. O ponto principal é usar em torno de 30% de gordura na mistura.

Ele, inclusive, deixa uma receita “sem erros”: 50% de lombo, 20% de copa lombo e 30% de gordura. Outro segredo é a água — responsável pela textura, se vai deixar macio, duro, ou seco. Em cima da quantidade de peso da carne, adicione 10% de líquido. Para o sal, 2,5% do peso. "Outros temperos são a gosto.”

O passo seguinte é mão na massa, misturando os ingredientes. “Depois, leve para geladeira e deixe descansar por doze horas. No outro dia, a massa já vai estar compactada por ter sido resfriada. É hora de emulsioná-la, a devolvendo para o moedor de carne, agora com o bico onde se coloca a tripa de porco (encontrada em mercados municipais) para hidratar”.

Já com as linguiças recheadas, deixe-as descansando fora de casa por, ao menos, 24 horas. “É uma ótima solução para fazer um produto bom artesanal e economizar no churrasco. É ainda uma brincadeira legal fazer a própria linguiça”, diz Portella.

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Source: Rural

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