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Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente (Foto: Reprodução/Youtube)

 

A contradição entre potência ambiental e negacionismo das mudanças climáticas é um risco à participação do Brasil na Cúpula do Clima. Foi o que indicou a ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, nesta quarta-feira (14/4), ao participar de um painel que discutiu pontos necessários para cumprimento das metas climáticas do Acordo de Paris.

Marcada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para os dias 22 e 23 de abril, a Cúpula terá a presença do Brasil, confirmada pelo presidente Jair Bolsonaro. No entanto, Izabella afirmou que o país vive um retrocesso. Sabe como combater o desmatamento ilegal, mas falta aplicação rígida da lei.

“É uma contradição da política brasileira ser a potência em energia limpa e ter este presidente. Ele é um negacionista do clima”, disse durante o evento que contou, entre outros painelistas, com John Podesta, que foi assessor do ex-presidente americano Barack Obama para assuntos do Clima.

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De acordo com Izabella, a sociedade global progride na demanda sustentável e a própria geopolítica tem se orquestrado para expressar mensagens a favor do clima, com cooperação internacional. Neste sentido, o Brasil se recusar a usar o Fundo Amazônia vai na contramão desse movimento.

"Devemos ter um processo de negociações em que os compromissos sejam cumpridos e, assim, não deixar que o governo de Bolsonaro bloqueie os fundos da Amazônia”, ela disse ao se referir à iniciativa, que deixou de ser usada após a Noruega não aceitar as propostas do ministro Ricardo Salles para mudar o uso e prestação de conta dos recursos.

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Sobre honrar compromissos, ela se referiu à meta de zerar emissões de carbono até 2050, colocada no Acordo de Paris, mas condicionada por Salles a recursos estrangeiros e ainda sob o risco de postergação até 2060.

“Ele [Ricardo Salles] disse que poderia fazer mais se pagassem para isso. Não há estratégia para avaliar o que ele quer e o setor privado no Brasil está pedindo mais ambição quanto às metas e ao mercado de carbono”, afirmou.

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Izabella afirmou ainda que o Ministério da Agricultura pretende lançar, em breve, um plano sobre mitigação de carbono no setor até 2030, mas sem entrar em detalhes. “Será importante para saber mais sobre o uso da terra e a trajetória do carbono”, concluiu.
Source: Rural

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