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Área de soja tratada com Saori e programa foliar com resultados nas folhas de baixeiro (Foto: Plant Health Care Brasil/Divulgação)

 

O controle da ferrugem da soja ganha um novo aliado do time dos insumos biológicos com o primeiro peptídeo registrado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para esta finalidade. A multinacional norte-americana Plant Health Care conseguiu o registro definitivo do Saori (PHC279), a terceira geração de proteínas Harpin que estimula a planta a ativar mecanismos de defesa contra a doença. A aprovação no Brasil saiu antes mesmo da aprovação nos Estados Unidos, sede da empresa.

A intenção do Saori é permitir que os agricultores reduzam as aplicações de fungicidas convencionais, mas com um melhor controle da doença. O peptídeo PREtec é a base do produto biológico que funciona como uma vacina: um pedaço da proteína específica induz a planta a reagir ao ataque do fungo.

A expectativa é que o primeiro carregamento, disponível para a safra 2021/2022, chegue ao Brasil para comercialização a partir de julho.

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“O produto não permite que a planta crie uma resistência à doença (ferrugem), ele trabalha com a própria planta, que tem os mecanismos próprios de defesa que, muitas vezes, foram desligados no processo de melhoramento genético. Quando você aplica a proteína, é como se ativasse esses disjuntores desligados e a planta começa a ligar os mecanismos de autodefesa”, explica o diretor geral da Plant Health Care Brasil, Rodrigo de Miranda.

Segundo Miranda, embora a proteína não tenha ação bioestimulante direta, por ser focada na defesa da planta, constatou-se um incremento na produtividade de 3 a 5 sacas a mais por hectare, fazendo o tratamento de sementes com o produto.

Ensaios

A empresa realizou 16 ensaios em tratamento de sementes em safras anteriores e conta com mais 34 ensaios em andamento nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e Bahia, conduzidos por um grupo de pesquisadores especializados em doenças de soja.

Aplicado via tratamento de sementes, o produto foi testado durante três safras. De acordo com a PHC Brasil, usado juntamente com um programa de aplicação de fungicida foliar, o peptídeo conseguiu agregar em aproximadamente 15% no controle da severidade da ferrugem asiática da soja.

“Já a aplicação no plantio provocou um retardamento nos primeiros sintomas da doença”, observa Paulo Henrique Orlandini Fedato, diretor da Plantec Laboratórios, de Iracemápolis, São Paulo.

Ainda conforme a empresa, os ensaios em campo indicaram maior eficiência mesmo em regiões com campos de soja mais afetados pela ocorrência severa de ferrugens. No Cento-oeste do país, a incidência da doença no baixeiro foi menor, contribuindo com a redução da queda das folhas. De acordo com o fitopatologista e CEO da Agro Carregal Pesquisa e Proteção de Plantas, de Rio Verde (GO), Luis Henrique Carregal, a sanidade das folhas do baixeiro contribui para um maior enchimento dos grãos e, consequentemente, maior produtividade.

“Conduzimos experimentos nas duas últimas safras na cultura da soja e verificamos sua efetividade no controle das principais doenças. Doses baixas, uso no tratamento de sementes e amplo espectro de ação, são algumas das características do Saori™”, revela Carregal.
Source: Rural

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