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As projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Banco Mundial apontam que a humanidade sofrerá severas secas em função do uso de boa parte da  segmento agrícola (Foto: Agência Brasil)

 

Estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) indicou que bactérias da caatinga são eficazes para evitar situações de estresse hídrico e utilizar de forma mais econômica a água na atividade arícolas. De acordo com o pesquisador e professor da Uneb, Adailson Feitoza, esses microrganismos presentes na própria natureza podem ser soluções para otimizar a eficiência de absorção de água pelas plantas cultivadas.

Feitoza comanda a pesquisa, que isola e seleciona bactérias do Semiárido nordestino que tenham capacidade de tolerar condições características de ambientes com altas temperaturas, solos salinos e de baixa disponibilidade de água. A partir do material selecionado, o objetivo é utilizá-las como bioinsumos para que sejam aplicados em culturas como milho, feijão, soja e tomate.

“Durante muito tempo as pesquisas têm focado na seleção de microrganismos isolados para promoção de crescimento ou outra característica de interesse, no entanto, para mitigação da tolerância a seca em culturas de interesse, é necessário que sejam acionados diferentes mecanismos, sejam fisiológicos (metabólicos), sejam morfológicos”, explica o pesquisador.

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Como não é tão fácil encontrar um único microrganismo que seja multifuncional e garanta uma estabilidade suficiente na indução de tolerância a seca, a biotecnologia recorre a consórcios bacterianos para alcançar melhores resultados. Segundo Feitoza, os consórcios microbianos podem representar a maior tendência para o mercado de biológicos, já que diferentes espécies, cada uma com uma função determinada, podem viabilizar a multifucnionalidade do produto.

Resultados

Pesquisador Adailson Feitoza trabalha com consórcio de bactérias da caatinga para combater a seca (Foto: Adailson Feitoza/Arquivo pessoal)

 

Atualmente, a pesquisa está em fase de validação. Isso significa que já foram iniciados os trabalhos de teste em campo, é preciso capilaridade para testar a tecnologia em outros ambientes, com solos diferentes.

Os resultados mais recentes ainda não foram publicados, mas têm indicado a possibilidade de manter o crescimento e desenvolvimento da cultura do milho utilizando apenas 40% da quantidade de água necessária. O experimento apontou ainda um maior comprimento de raiz (21,02%) e parte aérea (53,75%), massa seca de raiz (124,67%) e parte aérea (41,83%), quando tratados com um consórcio de três diferentes bactérias.

“A gente tem um problema das empresas. Muitos dos bioinsumos, dos produtos que existem hoje foram isolados no Sul e Sudeste, são microrganismos adaptados em condições ambientais totalmente diferentes”, diz Feitoza.

Para conseguir transformar isso em um produto, é preciso uma parceria com iniciativa privada visando o desenvolvimento de uma fórmula consistente, com tempo de prateleira e estabilidade dos microrganismos do ponto de vista ambiental. “Falta uma parceira firme entre a academia e a iniciativa privada. Falta um pouco ainda para a gente avançar e precisamos de investimento para avançar na próxima etapa”, salienta o pesquisador.
Source: Rural

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