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Animais na Expozebu, em Uberaba (MG). Exposição deixou de ser presencial por causa da pandemia e não fará julgamentos neste ano (Foto: Divulgação)

 

Seis horas diárias de programação ao vivo, por meio da recém-criada ABCZ TV, e os lançamentos de um programa de valorização da carne e do Integra Zebu, que visa recuperar as pastagens degradadas do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Essas foram as novidades anunciadas para a Expozebu virtual, que será de 1 a 8 de maio, durante coletiva, nesta quinta-feira (1/4), da diretoria da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ). Na quarta-feira (31/3), a organização havia anunciado o cancelamento do formato semipresencial da feira, a mais importante da pecuária zebuína, que está em sua 86ª edição.

“Desta vez, fomos surpreendidos por essa nova cepa do coronavírus que está elevando os casos da Covid-19 em todo o país e tivemos que cancelar o evento semipresencial que preparamos desde o ano passado, mas vamos entregar uma feira totalmente virtual que dará muita visibilidade à pecuária brasileira”, disse Rivaldo Machado Borges Junior, presidente da ABCZ, organizadora da Expozebu.

Depois de desistir do formato presencial, a ABCZ vinha tentando manter o semipresencial, em que estariam no parque de exposições apenas os animais, criadores, tratadores e julgadores. No ano passado, a feira foi cancelada quase em cima da hora também por causa da pandemia.

O presidente da ABCZ, que assumiu em 2020, ressaltou que a Expozebu contará com o know how adquirido pela equipe da ABCZ na organização da Expogenética, feira virtual realizada em agosto do ano passado, com 250 mil visualizações em 90 países. “Foi um tremendo sucesso. Os nossos leilões tiveram um aumento por animal de 60%, o que esperamos repetir agora”, disse Borges.

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Os diretores não mencionaram números ao serem questionados sobre investimentos e previsões de faturamento com a feira. “Estamos com uma expectativa muito otimista”, disse o vice-presidente da ABCZ, Fabiano Mendonça. “Estou certo de que nossos associados terão um bom resultado porque, até que enfim, o pecuarista brasileiro está respirando. Ao longo dos últimos anos só tivemos prejuízo”, acrescentou Borges, se referindo aos aumentos no preço do boi.

Os criadores que fizeram inscrição para expor seus animais no Parque Fernando Costa terão o dinheiro de volta e o direito de mostrar suas fazendas sem custo na ABCZ TV, transmitida pelo canal da associação no YouTube. Não haverá os julgamentos de animais, tradicionais nas versões presenciais da Expozebu.

A programação diária da TV, entre 6h30 e 12h30, terá painéis técnicos com pesquisadores e com criadores, além de rodadas de entrevistas. Já estão marcados 23 leilões virtuais e três shoppings de animais. “Tivemos que inovar para fazer a feira, mas esse formato virtual veio para ficar”, disse Borges, acrescentando que no próximo ano espera fazer uma feira presencial e virtual ao mesmo tempo.

Borges, que fez a coletiva usando máscara, álcool gel e com distanciamento social dos diretores, acrescentou que todos os cuidados sanitários serão tomados para quem precisar entrar no parque para trabalhar na transmissão ou cobertura do evento. Será obrigatório fazer o exame de Covid na hora, com resultado negativo.

Carta ao produtor

O presidente da ABCZ encerrou a coletiva citando uma carta que a entidade divulgou na segunda-feira (29/3), de solidariedade aos pecuaristas brasileiros que “sofreram fortes ataques na semana passada”. Sem citar o nome da cervejaria Heineken, ele se referiu à campanha de marketing da cervejaria por um dia sem carne, que provocou polêmica com os pecuaristas, e à divulgação de uma pesquisa pelo Observatório do Clima no início do mês que identificou as cidades que mais emitem CO2 no país, o principal gás do efeito estufa, e citou a participação do gado nas emissões de gás carbônico.

“Fomos afrontados por uma campanha de marketing de uma cervejaria, conduzida por profissionais que desconhecem a nossa cultura e o benefício da carne para a saúde humana. Fomos expostos pela proliferação de números irreais sobre o efeito estufa em redes sociais, impulsionados por pessoas que desconhecem completamente a realidade das fazendas brasileiras preocupadas com a preservação ambiental, e cada vez mais engajadas nos resultados dos sistemas ILP e ILPF”, diz trecho da carta.
Source: Rural

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