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(Foto: Marcelo Min/Ed. Globo)

 

O preço da tonelada de celulose de fibra curta deve bater o recorde no próximo mês, chegando a U$ 780 a tonelada, devido ao desequilíbrio atual no mercado mundial entre oferta e demanda. A projeção foi feita nesta quarta (24/3) em entrevista coletiva por Walter Schalka, presidente da empresa líder mundial de produção da fibra. O recorde anterior, US$ 719, foi estabelecido no começo de 2019.

Na terça (23/3), a Suzano elevou em U$ 100 dólares os preços da tonelada para os mercados da Europa e Estados Unidos e subiu R$ 60 para o mercado chinês. “Há uma redução global de estoques. No caso da Suzano, em 18 meses, reduzimos nosso estoque em mais de 2 milhões de toneladas e estamos abaixo dos níveis operacionais.”

O alto preço da celulose deve alavancar o principal projeto da companhia: a construção da fábrica em Ribas do Rio Pardo (MS), investimento estimado em pelo menos R$ 2 bilhões, que deve acrescentar 2,2 milhões de toneladas de celulose à produção atual de 11 milhões de toneladas. A nova planta, que ainda não tem data para iniciar as obras, será a mais competitiva da indústria, com um moderno sistema que vai colocar a fábrica a um raio de 60 km da área de produção, ante a distância média hoje de 156 km. O projeto, com prazo de construção de 30 meses, prevê alta eficiência energética e redução de resíduos. “Não teremos custo de petróleo impactando o negócio.”

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Uma das grandes apostas da empresa é o investimento na fabricação de embalagens para substituir os plásticos, reduzindo a pegada de carbono e tornando os produtos mais sustentáveis. A Suzano estima que haverá uma avenida de crescimento do negócio de papel e embalagem com a substituição de 190 milhões de toneladas de plástico por ano. A empresa diz já ter parcerias firmadas com vários usuários finais, entre eles Ambev, IFood e Johnson & Johnson, para essa substituição. Esse mercado deve compensar as perdas com o mercado de papel para escrita e impressão, uma tendência mundial.

Outra aposta é na busca de novos mercados para fibras têxteis à base de celulose, após a fusão com a finlandesa Spinnova. Os primeiros produtos da parceria devem chegar ao mercado em 2022.

Há investimentos também em unidades para produção de papéis sanitários. A Suzano acaba de inaugurar uma fábrica de R$ 130 milhões em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, com foco em produtos premium e capacidade de produzir 30 mil toneladas anuais de papéis higiênicos. A empresa tem ainda 32 projetos de modernização de plantas para efetuar até 2024 com orçamento estimado de R$ 2 bilhões e previsão de reduzir em R$ 46 o custo de produção por tonelada.

A redução da emissão de CO2 nas operações de frete, com a adoção de hexatrens (caminhões com seis carretas) e de veículos movidos a gás natural ou elétricos, e a entrada no mercado de carbono estão entre os planos da empresa na área de sustentabilidade. Schalke diz que a Suzano, que tem área plantada de 1,3 milhão de hectares e planta cerca de 40 mil árvores por dia, tem um potencial de colocar no mercado 22 milhões de toneladas de crédito de carbono, mas ainda não dá para estimar o potencial de arrecadação com esses créditos.
Source: Rural

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