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Cosméticos estão entre produtos com potencial identificado em parceria do Ministério da Agriculrura e Fiocruz (Foto: Mapa)

 

Chás, colírios, repelentes, hidratantes e azeites que têm como matéria-prima espécies vegetais da flora brasileira foram identificados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com potencial de serem inseridos no mercado. No total, são 26 produtos de plantas medicinais, aromáticas, condimentares e alimentares extraídas dos biomas Amazônia, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste.

Em nota divulgada nesta sexta-feira (19/3), Joseane Carvalho, coordenadora técnica e executiva do projeto ArticulaFito, que desde 2015 trabalha para promover cadeias de valor em plantas medicinais, disse que ainda é preciso superar desafios de capacitação e adequação para colocar os produtos nos mercados locais, nacionais e internacionais.

Estão na lista de produtos medicinais extrato seco e chá de calêndula e espinheira santa, chá de guaco, produtos de capim cidreira, pó de carapiá, semente de umburana, chá de cavalinha, pílula artesanal de babosa, chá medicinal de hortelã, semente de sucupira e extrato de pilocarpina das folhas de jaborandi. Nos cosméticos, vagem de fava d'anta, extrato de melão de São Caetano, extrato de arnica, cera de carnaúba, óleo e sabonete de copaíba, óleo de andiroba, óleo de pracaxi, repelente de andiroba, óleo e cosméticos de buriti, manteiga de tucumã e óleo do bicho do tucumã.

A lista se completa com os produtos alimentares óleo de macaúba, óleo extravirgem e farinha de babaçu, amêndoas de castanha-do-Pará, jambu in natura, cachaça de jambu, bacuri in natura, polpa, semente e casca e manteiga de bacuri.

Para o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Fernando Schwanke, o projeto contribui para a  geração de renda e agregação de valor aos produtos da sociobiodiversidade, base do Programa Bioeconomia Brasil. Já o coordenador-geral de Extrativismo do Mapa, Marco Aurélio Pavarino, destaca que a iniciativa fortalece a base produtiva nacional de plantas medicinais e fitoterápicas.

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“Apoiar o aprimoramento das cadeias de valor de produtos da sociobiodiversidade brasileira é estratégico para impulsionar o desenvolvimento econômico local, a partir de ações que integrem produção sustentável, geração de renda, conservação da biodiversidade e empoderamento social das populações extrativistas e dos agricultores familiares”.

Para a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, preservar a cultura e os saberes tradicionais é, também, promover saúde e um dos impactos positivos do projeto é a equidade de gênero, conquistada a partir do protagonismo feminino nesses espaços.

O mapeamento das 26 cadeias envolveu agricultores familiares, extrativistas, representantes da indústria, do comércio e de instituições públicas, além da equipe técnica do ArticulaFito. O processo usou metodologia desenvolvida pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ, na sigla em alemão).

Parceria

Responsável pela metodologia usada na avaliação de produtos da biodiversidade feita pelo Mapa e pela Fiocruz, a GIZ também assinou nesta semana uma parceria com o Ministério, por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF). O trabalho conjunto visa a execução do Projeto Bioeconomia e Cadeias de Valor, que visa expandir a comercialização de produtos de cooperativas e associações comunitárias para o desenvolvimento da bioeconomia sustentável e inclusiva na Amazônia.

O projeto já tem assegurado 5 milhões de euros do Ministério Federal Alemão de Cooperação Econômica e Desenvolvimento. As ações foram iniciadas este mês, começando pela fase técnica, e vão até março de 2024. Serão beneficiadas cooperativas e associações de quatro estados da Amazônia: Acre, Pará, Amazonas e Amapá.

“Os recursos são resultado das negociações intergovernamentais Brasil-Alemanha sobre cooperação para o desenvolvimento sustentável, que iniciamos em outubro de 2019, durante uma missão da delegação brasileira, na Alemanha. O resultado foi a assinatura de acordos de cooperação técnica e financeira com o governo alemão para o desenvolvimento de iniciativas voltadas para a bioeconomia”, afirmou o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Fernando Schwanke.

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A proposta é incluir produtos da biodiversidade nas políticas públicas de comercialização, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Segundo a diretora de Projetos da GIZ, Tatiana Balzon, a inovação do projeto fica por conta dos temas, como a formação profissional em gestão de empreendimentos coletivos, por meio de parcerias com universidades, institutos federais e casas família agrícola. “Outra inovação é a área de financiamento público e privado para bioeconomia, que pretende apoiar na divulgação e articulação do Programa Nacional da Agricultura Familiar, o Pronaf, e de fundos de investimentos privados que atendam as cadeias de valor da sociobiodiversidade."
Source: Rural

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