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Animais são identificados por meio de partes de interesse: dorso, perfil, lateral e face (Foto: Divulgação/Embrapa Pantanal)

 

No filme Minority Report (2002), estrelado por Tom Cruise e baseado em conto de Philip K. Dick, os crimes são resolvidos antes de serem cometidos e os personagens identificados por biometria. Embora a primeira suposição ainda seja inviável, não faltam aplicações de identificação biométrica, uma das mais recentes, inclusive, para reconhecer gado a partir de imagens. O intuito é substituir tanto as marcações quanto os brincos de rastreamento, usados para segurança e também para emissão da Guia de Trânsito Animal, exigida para exportação de carne bovina.

A tecnologia brasileira, similar à de reconhecimento facial, empregada em grandes aeroportos para encontrar criminosos, utiliza câmeras instaladas no campo, cochos, ou mesmo em drones para captar imagens. Os primeiros testes – feitos com a raça bovina pantaneira – foram bem sucedidos e detalhados em publicação científica. A informação foi divulgada pela Embrapa.

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Idealizador da técnica, o cientista da computação Fabrício Lima contou à Embrapa que os animais são identificados por meio de um sistema de redes neurais convolucionais, que une inteligência artificial e aprendizado de máquina para processar imagens. Apesar do aparato envolvido, o especialista defende que seu sistema de reconhecimento e rastreio pode, além de garantir o bem-estar dos animais, ter vantagens econômicas sobre os métodos atuais.

“Hoje, os brincos de rastreamento são importados e o dólar anda bastante instável. O produtor que utiliza esse sistema precisa comprar também o bastão de leitura do código impresso nos brincos. Quando o animal perde essa identificação no pasto, é preciso repor”, detalhou Lima, que desenvolveu o sistema durante seu mestrado na Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul.

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No estudo, foram utilizadas imagens de 51 animais capturadas por quatro câmeras de monitoramento. “Depois foram extraídos quadros que continham objetos de interesse: o dorso, o perfil, a lateral e a face de cada bovino”, contou o coautor da publicação, o pesquisador Urbano Gomes Pinto de Abreu, da Embrapa Pantanal. De acordo com ele, a próxima etapa será provar a mesma técnica na identificação por imagens de gado Nelore – a raça de corte mais presente nas criações pelo Brasil.

“O sistema por imagem poderá agilizar o transporte de animais e a emissão da GTA (Guia de Trânsito Animal)”, explica Fabrício Lima. Ele vislumbra a abertura da Rota Bioceânica, que ligará o Brasil ao porto do Chile, facilitando o embarque de animais para a Ásia.

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A intenção do cientista da computação é desenvolver um aplicativo com a tecnologia de reconhecimento dos bovinos pantaneiros. “Se o produtor estiver em uma feira agropecuária, por exemplo, ele pode acessar os dados do animal e conhecer o histórico da raça, por exemplo, uma informação adicional de um banco de dados”, adianta o cientista da computação.
Source: Rural

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