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Fernando Gonçalves Neto, presidente da Jacto (Foto: Marcelo Curia/Ed.Globo)

 

 

 

 

A Jacto, indústria de máquinas e equipamentos agrícolas, projeta um crescimento de 20% nas vendas neste ano, apesar do estresse da cadeia mundial de suprimentos, que tem provocado atrasos de até um mês nas entregas, e do esgotamento dos recursos mais baratos do crédito rural. Um dos indicativos de que o mercado continua comprador é que quase um terço (31%) das vendas da Jacto em 2020 e no primeiro bimestre deste ano foi à vista. Em 2019, as compras à vista representavam 22%.

“Vivemos uma situação histórica pela alta rentabilidade do agricultor e confiamos que esse cenário vai se manter neste ano e em 2022”, diz Fernando Gonçalves, presidente da empresa, acrescentando que espera uma solução até junho para a questão da falta de matéria-prima, que inclui aço, plásticos e outros componentes.

A empresa, instalada em Pompéia, interior paulista, iniciou nesta semana a terraplenagem da área que vai abrigar sua segunda fábrica na cidade, uma obra de 96 mil metros quadrados em terreno próprio, ao lado do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa. Por estratégia, o investimento não foi revelado, mas, pelos preços de mercado, só a construção do galpão deve demandar R$ 24 milhões.

O executivo diz que o alto investimento, mesmo num momento de pandemia, se justifica porque a empresa de 73 anos precisa crescer para atender seus clientes e cumprir o projeto de chegar aos 100 anos sendo competitiva no mercado nacional e internacional. A opção por instalar a nova fábrica (que seguirá conceitos da Agricultura 4.0) também em Pompéia, cidade de 22 mil habitantes na região de Marília, foi uma decisão do conselho, formado pelos filhos e netos do fundador Shunji Nishimura, um japonês que se instalou na cidade e inventou máquinas que revolucionaram o mercado de pulverização agrícola.

“Sabemos que seria mais barato construir a fábrica em outro país porque uma série de amarras no Brasil reduz nossa competitividade. Mas temos que buscar outras formas de ser competitivos porque nossos acionistas têm como meta ajudar a desenvolver a comunidade de Pompéia e acreditam no potencial do país e da agricultura brasileira”, afirma o presidente.

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Segundo ele, uma condição para contratação das empresas que vão construir em dois anos a nova fábrica é usar mão de obra local. A empresa mantém um complexo educacional na cidade, fundado por Shunji, que inclui cursos técnicos e de graduação na área agrícola.

A Jacto exporta seus produtos para mais de cem países, com destaque para Argentina e outros países da América Latina, Leste europeu e África, e tem fábricas na Tailândia e Argentina. Segundo Gonçalves, as exportações estão em alta e devem fechar o ano com um aumento de 29%.

A empresa está fazendo parcerias internacionais para estruturar uma rede de revendedores especializados com a “cara da Jacto” em todos os países em que atua. No Brasil, essa rede já inclui 80 empresas parceiras. “O plano é ter prontamente a informação e a peça de reposição das máquinas para atender o agricultor lá na ponta.” Além de pulverizadores, a Jacto fabrica equipamentos para adubação, plantio, colheita de café e cana-de-açúcar e sistemas para agricultura de precisão.
Source: Rural

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