Skip to main content

Nas estufas de Horticunha, centro tecnológico da Eacea, são produzidos tomate italiano, tomate uva, pimentão block, pepino, berinjela e morango, além de folhosas (Foto: EACEA/Divulgação)

 

O mercado de mudas pré-brotadas (MPB) vem apresentando um crescimento anual de quase 40%. Só no setor de cana-de-açúcar no Brasil, a demanda potencial é estimada em mais de 20 bilhões de unidades por ano. Foi com base nesse cenário que, há quase dois anos, a startup Eacea implantou a primeira biofábrica de mudas pré-brotadas (MPB) de cana, com o objetivo de aliar a produção sustentável ao processo industrial das usinas.

Em 2020, a Eacea foi uma das startups selecionadas para participar do programa de aceleração da Braskem, o Braskem Labs. A solução da empresa se baseia na implantação de estufas – que usam o plástico verde em seus processos – para desenvolvimento das mudas. As estruturas são instaladas próximas das usinas, com a promessa de agregar maior produtividade no campo e redução de custos no segmento sucroalcooleiro.

Com o apoio do programa, a empresa pretende produzir mais de um bilhão de mudas pré-brotadas de cana em cinco anos. A startup oferece aos clientes serviço de consultoria, montagem, treinamento e auxílio na operação das estufas, que podem ser adaptadas para as diferentes condições climáticas no Brasil.

saiba mais

Plástico "anti-inseto" promete proteger bananas sem uso de inseticidas

 

Nas mudas pré-brotadas de cana, o CEO da Eacea, Andrés da Silva afirma que é possível reduzir o tempo de produção e ofertá-las a menores preços. “O principal desafio das mudas é ter vigor e rusticidade. O principal fator que segurava o plantio era o preço, que hoje pode variar entre R$ 0,50 a R$ 1,00. Estamos possibilitando oferecer as mudas a um preço disruptivo, a R$ 0,35. Além disso, estar próximo a usina facilita a logística e a disponibilidade 24 horas”, afirma Silva.

O executivo diz ainda que as mudas produzidas nesse sistema podes ir direto para o plantio comercial, dando maior uniformidade ao canavial. “Essa seria a grande vantagem. A usina consegue uma eficiência de plantio de 100%, com mais perfilhamento e aumentando a produtividade de 20% a 30%.”

Centrro próprio

A Eacea possui seu próprio Centro de Tecnologia e Treinamento, o projeto Horticunha, localizado, em Cunha (SP). Nas estufas, são produzidos tomate italiano, tomate uva, pimentão block, pepino, berinjela e morango, além de folhosas.

Segundo Silva, a proposta do modelo de MPB Biofactory é produzir mudas de cana-de-açúcar que pode atingir níveis de produtividade, em larga escala, de qualidade e de sustentabilidade graças, entre outras particularidades, a um conceito de integração com a usina de etanol.

O executivo afirma também que é possível capturar o CO2 da produção para envio ao interior das estufas, aumentando os índices de fotossíntese das plantas e fechando um ciclo com o uso dos resíduos da destilaria. Dessa forma, a produção, pelo seu viés sustentável, poeria, inclusive, gerar créditos via Renovabio.

“Essa simbiose nos permite utilizar resíduos da destilaria, transformando em insumo para o processo produtivo das mudas. Isso aumenta a taxa de sustentabilidade, quando se produz mais com menos”, diz Silva.

Aceleração

No programa de aceleração de startups da Braskem, a Eacea esteve entre as 20 selecionadas entre mais de 300 inscritas. A edição deste ano do Braskem Labs está prevista, mas ainda não tem data marcada para a abertura de inscrições.

A gerente de soluções sustentáveis da Braskem, Karla Consi, afirma que as startups são avaliadas considerando impactos positivos sociais e ambientais. Para participar, é necessário que considerem a química e/ou o plástico como parte de sua solução.

saiba mais

Parceira entre empresas e universidades cria embalagens que protege bananas dos efeitos das baixas temperaturas

 

Gabriela Kuchinski, responsável pela plataforma Braskem Labs, salienta que o programa segue na premissa de ser cada vez mais plural e multiplicador. “A ideia é continuar ampliando essa questão geográfica, incluindo todas as regiões, de gênero, para trazer pluralidades e gerar impactos socioambientais positivos relevantes”, destacou.
Source: Rural

Leave a Reply