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(Foto: Etec Trajano Camargo/Divulgação)

 

Alunos da Escola Técnica Estadual (Etec) Trajano Camargo, de Limeira (SP), criaram um kit para estimular a produção sustentável de alimentos e ensinar a fazer um “quintal produtivo” em casa. A iniciativa é uma das finalistas da 19ª Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace), cuja última etapa será realizada no final de março.

O Kit Eco-Nutri, idealizado por Felipe Milk, Fernando Cyrillo e Gustavo Kühl, estudantes do curso de Nutrição e Dietética, inclui sementes, ferramentas, mudas e outros itens para o cultivo de uma horta domiciliar. 

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O material é acompanhado por um guia de instruções, intitulado Manual Acessível da Alimentação Saudável e Sustentável. Nele, há informações sobre as formas de cultivo, produção de mudas, replicação de matrizes vegetais, instruções sobre o uso das ferramentas e manipulação de defensivos naturais, além de sugestões de refeições, métodos de preparo e um guia nutricional.

A ideia é estimular a produção sustentável de vegetais, legumes e folhosas em um quintal pela promoção do acesso aos meios materiais e, sobretudo, ao conhecimento. “Tentamos ensinar mais às pessoas sobre a alimentação. Quando alguém faz horticultura em sua casa, sabe também de onde veio o alimento. A horticultura está ligada diretamente com o bem-estar humano”, afirma Milk.

Oportunidade de renda

 

(Foto: Etec Trajano Camargo/Divulgação)

 

A engenheira de alimentos Margarete Galzerano, que orientou o projeto como professora, destaca outro trunfo da iniciativa: a possibilidade de a horta domiciliar servir como remuneração extra.

“Além de poder vender manga, por exemplo, com o excesso de produção a pessoa pode fazer doce, sorvete, compota. É possível montar uma pequena ou microempresa e trabalhar de forma artesanal com a produção de alimentos”, detalha.

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Ela também ressalta que os alunos, além de recorrerem a engenheiros agrônomos e horticultores de fora da Etec para desenvolver o projeto com características interdisciplinares, investiram do próprio bolso para montar os kits.

Para adaptar o trabalho à necessidade de isolamento social em virtude da pandemia, os estudantes testaram o kit em suas próprias casas – a ideia era ampliar os experimentos com a comunidade, mas as restrições da pandemia dificultaram.

Por enquanto, os kits ainda não estão disponíveis ao público em geral, mas a ideia é implementar o projeto em uma escala mais ampla – inclusive, os estudantes criaram um canal para receber propostas. 

“O kit foi feito para durar muito tempo. Além de ter uma disponibilidade enorme de mudas e sementes, o caderno ensina como obter mais sementes e mudas a partir da própria horta, com essa educação agrícola. Em certo ponto, queremos que o quintal produtivo seja autossustentável”, destaca Milk.

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Frutos da horta

Ora pro nóbis (Foto: Foto: Reprodução/Etec Trajano Camargo)

 

Milk conseguiu produzir em sua casa manga palmer, melancia, ora pro nóbis, alface, rúcula, tomate, abobrinha, chuchu e milho. Grande parte das mudas foi plantada em tubos de PVC, garrafas PET e pneus. Apenas as frutas foram cultivadas no solo, mas, poderiam ter se desenvolvido também em vasos maiores.

A circularidade e a reutilização de materiais foram considerados no trabalho por unir sustentabilidade à acessibilidade. “Ensinamos a construir uma composteira com uma estrutura de garrafa pet. A tradicional usa três caixas grandes de plástico, que são caras”, afirma.

As chamadas Pancs (plantas alimentícias não convencionais) também foram utilizadas. “Temos agora em casa uma cerca viva de ora pro nóbis. A planta é chamada de carne de pobre em alguns lugares de tão benéfica que é para a saúde humana. Ela cresceu muito e deu frutos – comestíveis também. A flor pode ser ingerida, da mesma forma”, conta o estudante.

(Foto: Etec Trajano Camargo/Reprodução)

 

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Source: Rural

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