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Em nota, Abitrigo afirma não entender a razão do cereal não estar na vanguarda da política nacional de expansão da política agrícola (Foto: Jorge Andrés Paparoni/CCommon)

 

A Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo) encaminhou ofício à ministra Tereza Cristina, do Mapa, para saber as razões de o projeto de apoio à expansão da produção de trigo no Cerrado, desenvolvido pela Embrapa Cerrado, não ter sido aprovado. A proposta tinha apoio da Associação e, segundo o presidente-executivo da entidade, embaixador Rubens Barbosa, o custo era irrisório para o Orçamento da União.

“A entidade lamenta a decisão do Ministério, sem conseguir entender a razão do mais importante componente da alimentação dos brasileiros não tomar a vanguarda dos projetos de expansão da política agrícola nacional”, diz nota da Abitrigo divulgada, nesta segunda-feira (8/2).

Barbosa afirma que solicitou ao Ministério a revisão das prioridades dos projetos apresentados pela Embrapa porque o incentivo à produção de trigo no Cerrado é imprescindível para o Brasil diminuir sua dependência do cereal importado. O país compra de fora cerca de 6,4 milhões de toneladas, especialmente da Argentina (85% do total), para suprir o consumo estimado em 12 milhões de toneladas.

A associação afirma que o trigo é o principal cereal da humanidade, chegando a responder nos países de maior consumo por 40% da necessidade alimentar das populações. “Este precedente faz com que o grão seja considerado o principal elemento da política agrícola de muitos países, como a Rússia, que, por meio de políticas governamentais, numa decisão histórica de garantir a segurança alimentar de sua população, tornou o país, que em 1992 era dependente de importações, autossuficiente, sendo hoje o maior exportador do cereal do mundo”, completa a nota.

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Em dezembro, o secretário de Política Agrícola do Mapa, Cesar Hallum, afirmou à Globo Rural que o projeto de incentivo à expansão do trigo no Cerrado era uma das prioridades da pasta e que o trabalho de melhoramento genético feito pela Embrapa tinha elevado o potencial produtivo do trigo na região para 100 sacas por hectare, enquanto no Sul, região maior produtora, se colhia 40 sacas por hectare e na Argentina, 45 sacas.

“A dependência não vai sumir da noite para o dia, mas temos como incentivar a produção no Cerrado para reduzir isso”, afirmou, então, Hallum, acrescentando que os produtores do Centro Oeste e Matopiba recebiam um bônus por tonelada devido à qualidade do produto que entregavam nos moinhos.

Em dez anos, os produtores do Cerrado triplicaram a área plantada, fechando a última safra com 200 mil hectares. O plano, com apoio da Embrapa e do Mapa, era elevar a área em mais de 20 vezes, ocupando 2,5 milhões de hectares em Goiás, DF, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia e São Paulo.
Source: Rural

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