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Tilápias foram infectadas com necrose infecciosa em criatórios do Brasil (Foto: Shutterstock)

 

A Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), reportou, nesta sexta-feira (5/2), a ocorrência de um surto de necrose infecciosa do baço e rim (ISKNV, na sigla em inglês), ocorrida em criações de tilápia em três estados do Brasil: São Paulo, Goiás e Minas Gerais. Segundo o informe, o Ministério da Agricultura (Mapa) emitiu o alerta na quinta-feira (4/2). Segundo a notificação, 219,5 mil animais morreram desde julho do ano passado em decorrência da enfermidade e outros 3,2 milhões foram expostos à contaminação.

Embora não represente riscos ao consumo humano, a ISKNV pode gerar graves prejuízos à piscicultura, com taxas de mortalidade que chegam a 75% no caso da criação de alevinos. A doença tem potencial de infectar mais de 50 espécies de peixes.

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Em nota, a Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR) destacou que a doença é mais grave em peixes em fase inicial de produção e que está recomendando às empresas produtoras de tilápia a seguir as orientações do Ministério da Agricultura. “Tais recomendações incluem aquisição de formas jovens de peixes de fontes confiáveis, atenção especial à limpeza e desinfecção das propriedades, além da destinação de peixes para abate em abatedouros com inspeção sanitária oficial”, informou a entidade.

De acordo com o relatório da OIE, o Ministério da Agricultura do Brasil informa que realizou testes em 31 criações de tilápia no país, das quais seis apresentaram presença do vírus causador da ISKNV. A doença não é de notificação obrigatória e foi detectada pela primeira vez em julho do ano passado, mas só foi informada formalmente ao órgão internacional após confirmação em testes realizados em um laboratório de referência, no Japão. Ainda segundo a OIE, o Brasil não detectou danos a espécies nativas.

Procurado, o Ministério da Agricultura não retornou até a publicação desta reportagem.

Identificada no Japão

A necrose infecciosa do baço e rim foi registrada pela primeira vez em 1990 no Japão, quando acometeu peixes da espécie Pagrus major (goraz) com taxas de mortalidade de 20% a 60%. Desde então, já gerou mortalidade em outras 30 espécies de peixes cultivados na costa oeste do país. Também há registros da doença em criações do Sudeste Asiático e da África, onde o controle é feito via vacinação.

No Brasil, não há vacina registrada para controle do vírus. Em tilápias, o primeiro caso foi registrado em 2012 nos EUA. Os principais sintomas são mudanças na cor do corpo (escurecimento ou clareamento), distenção abdominal (devido a fluído ou aumento dos órgãos), perda de apetite e permanência no fundo dos tanques.

Como medida adicional, a Peixe BR também recomenda aos produtores cadastrar suas empresas nas secretarias estaduais de agricultura para eventual necessidade de rastreabilidade sanitária. Por parte do Ministério da Agricultura, as medidas oficiais envolvem distribuição de materiais técnicos e informativos e realização de eventos para orientação dos produtores sobre manejo sanitário e programas de biosseguridade para controlar o vírus, informa a Associação Brasileira de Piscicultura, em nota.
Source: Rural

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