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(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

 

Mais uma vez, o vice-presidente da República e responsável pelo Conselho Nacional da Amazônia Legal, Hamilton Mourão, reforçou a necessidade da iniciativa privada para colocar em prática a bioeconomia no bioma.

O discurso foi feito nesta quarta-feira (27/1) durante o Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, mas com participação remota devido à pandemia de Covid-19.

Mourão insistiu que, sem parcerias privadas, não há como “conseguir ter preservação no nível esperado”, principalmente em um cenário de recursos escassos devido ao surto do vírus. “Especialmente no cenário de economia pós-pandemia, os governos não terão superávit disponível para direcionar grandes quantias para este tipo de atividade”, disse, ao se referir à preservação da Amazônia.

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Ao se dirigir ao presidente da Colômbia, Ivan Duque, participante do mesmo painel, ele afirmou que “nossos governos carregam a maior responsabilidade, mas só vamos ser bem sucedidos se houver maior participação da iniciativa privada”.

Agricultores, cientistas, consumidores e parceiros do setor privado têm que estar prontos para agir

Hamilton Mourão, vice-presidente da República

Outros discursos conhecidos do vice-presidente da República também foram repetidos, como a meta de zerar o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030, por meio da ampliação da Operação Verde Brasil 2 e a Garantia da Lei e da Ordem (GLO). E também a tentativa de retomada do Fundo Amazônia, em parceria com governos da Alemanha e da Noruega. 

“O Conselho da Amazônia está avaliando propostas para trazer a Amazônia para a nova era da bioeconomia. Esses projetos precisam abarcar a produção sustentável para, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente, e investimentos internacionais são fundamentais para que os projetos se tornem viáveis”, defendeu.

Sem entrar em muitos detalhes, Mourão também mencionou duas novas iniciativas que estão sendo estudadas pelo governo federal: Projeto Azul Verde e Projeto Nova Amazônia Verde. De acordo com ele, o primeiro é trabalho do Ministério da Economia “com o objetivo de mais investimentos na região” amazônica. O segundo busca priorizar atividades de baixo impacto ambiental, economia circular e potencial turístico na região.

É crucial que os negócios privados tomem a liderança e providenciem desenvolvimento para a região

Hamilton Mourão, vice-presidente da República

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“Agricultores, cientistas, consumidores e parceiros do setor privado têm que estar prontos para agir”, disse Mourão, ao citar que diálogos estão sendo estabelecidos com o Banco da Amazônia, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e também autoridades da Zona Franca de Manaus.

“Buscamos incrementar atrativos como piscicultura, castanhas, indústria farmacêutica, e estes investimentos já mostraram um retorno interessante. É crucial que os negócios privados tomem a liderança e providenciem desenvolvimento para a região”, insistiu.

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No meio de seu pronunciamento, Mourão ainda mencionou que o desmatamento na Amazônia foi reduzido em 17% em 2020. No entanto, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), por meio do sistema Prodes, indicam que o desmatamento em todas as áreas disponíveis à prática no bioma diminuiu 8,4% em relação a 2019.

Se considerada a taxa de desmatamento em áreas acima de 6.25 hectares, a derrubada de áreas cresceu 10% em comparação ao ano anterior. Procurado pela Revista Globo Rural, o gabinete da vice-presidência não retornou com o pedido de explicação sobre os 17% mencionados por ele no Fórum.

Banco Interamericano de Desenvolvimento

Mauricio Claver-Carone, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), também falou no painel sobre bioeconomia na Amazônia. Ele lembrou que 27% da população atingida pela Covid-19 está entre o Caribe e a América Latina, e a Amazônia é uma oportunidade para crescimento da região.

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“Estamos trabalhando em tecnologia para dar um boom na economia amazônica, e colaboração é a chave”, afirmou. EleE citou ainda a busca pela implementação do Pacto Letícia, em que Bolívia, Brasil, Equador, Colômbia, Guiana, Peru e Suriname listaram 16 pontos nos quais os países pretendem colaborar, incluindo combate ao desmatamento, iniciativas de restauração florestal e uso sustentável de recursos, entre outros.

Para isso, Carone ressaltou que está articulando o uso de fundo do Green Climate Fund, em que assuntos como bioeconomia, agricultura e mudanças climáticas serão prioridade. “Estamos procurando parcerias para lançar essa iniciativa em Barranquilla, na Colômbia, em março, para ver como conseguimos ajudar mais a Amazônia”, revelou.

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Maria Alexandra Moreira López, secretária-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) salientou que é preciso olhar o bioma de forma holística, em comunhão com a natureza e fomentando a biodiversidade.

Ela lembrou que açaí e cacau têm alto potencial para conservação do meio ambiente, sendo de 5 a 10 vezes mais rentável do que a produção de soja.
Source: Rural

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