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(Foto: Lalo de Almeida/Ed.Globo)

 

Homenagens às vítimas e atos de protesto marcam, nesta segunda-feira (25/1), os dois anos do rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). A tragédia matou 272 pessoas (11 ainda não foram encontradas), além de causar danos econômicos e ambientais no município e em localidades ao longo da Bacia do Rio Paraopeba.

De acordo com nota divulgada pela prefeitura de Brumadinho, haverá uma manifestação em frente ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em Belo Horizonte. Na última quinta-feira (21/1), uma nova rodada de conversas entre órgãos públicos e a Vale terminou sem acordo. 

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O Governo de Minas Gerais não aceitou o que foi oferecido pela mineradora e foi estabelecido um prazo até a próxima sexta-feira (29/1) para que seja feita uma nova proposta. Caso não se chegue a um acordo, o processo será remetido à primeira instância da Justiça para os trâmites regulares, informou o TJMG, em seu site. 

Ainda de acordo com o divulgado pelo Tribunal, o 3º vice-presidente, desembargador Newton Teixeira Carvalho, afirmou que a redação do acordo já está definida. “Quanto à questão de valores, as partes devem continuar negociando e já demonstraram interesse em conciliação”, disse.

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O secretário-geral do Governo de Minas, Mateus Simões, cobrou dignidade da mineradora. “É o momento da Vale assumir sua responsabilidade, agir com dignidade e reparar os danos causados aos mineiros”, disse, segundo o divulgado pela administração estadual. “Não estamos aqui para pedir ajuda à Vale. Ela é a criminosa neste processo e precisa mostrar um pouco mais de contrição”, acrescentou.

O Governo de Minas Gerais pediu R$ 54,6 bilhões à Vale, sendo R$ 28 bilhões em danos morais coletivos e R$ 26,6 bilhões em compensação econômica à sociedade mineira. De acordo com a administração estadual, o pedido foi negado e, desde então, o Tribunal de Justiça vem mediando as negociações entre empresa e Poder Público.

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Críticas

 

Entidades que atuam em defesa das vítimas, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), criticam o andamento das negociações, alegando que os atingidos pelo desastre não têm sido ouvidos. Além das conversas serem realizadas na segunda instância do Judiciário mineiro.

Em uma conversa via internet com jornalistas do Brasil e do exterior, na última sexta-feira (22/1), o integrante da coordenação do MAB, Joceli Andreoli, disse que, além da preocupação com a forma como o processo está sendo conduzido, há um temor dos atingidos ficarem sem o auxílio financeiro que vem sendo pago desde o rompimento da barragem.

"Faz quase um ano que a Vale, as instituições de justiça e o governo de Minas Gerais tentam construir uma estratégia de acordo, com a Vale se safando das ações judiciais para não ser punida pela Justiça aqui no Brasil, e ela fez disso uma grande propaganda, inclusive com seus acionistas” , alerta Andreoli, de acordo com o relato divulgado pelo próprio MAB, em sua página oficial.

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Desde dezembro do ano passado, o Movimento vem organizando o que chamou de "Jornada de Lutas" pelo dois anos da tragédia. De acordo com o MAB, as atividades incluem manifestações em frente ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, encontros temáticos e ações em redes sociais para mostrar as consequências sobre o modo de vida das famílias afetadas pelo rompimento da barragem da Vale.

Atos religiosos

 

A Arquidiocese de Belo Horizonte, da Igreja Católica, vem promovendo, desde o último dia 18 de janeiro, ações em favor dos atingidos pela lama da barragem da Vale. Nesta segunda-feira (25/1), estão previstas missas e vigílias em memória das vítimas, além da celebração do Pacto dos Atingidos.

O Pacto é uma iniciativa da Região Episcopal Nossa Senhora do Rosário, pertencente à Arquidiocese. O documento foi divulgado em três idiomas – português, inglês e espanhol – e trata não apenas da tragédia, seus impactos e suas vítimas, mas também de como deve ser a reconstrução dos locais atingidos pela lama. 

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As atividades organizadas pela Igreja marcam o encerramento da 2ª Romaria pela Ecologia Integral a Brumadinho, da qual participam também pastorais e movimentos sociais, informa a Arquidiocese. Por conta das medidas de isolamento social, em função da pandemia de Covid-19, boa parte das atividades vem ocorrendo em formato virtual.

“Além da morte das 272 pessoas, o rompimento da barragem no Córrego do Feijão soterrou casas e plantações, somadas à vasta destruição da fauna e da flora. Toda a bacia do Rio Paraopeba foi contaminada, impondo sérios problemas de saúde e prejuízos às populações ribeirinhas e comunidades indígenas”, diz a Arquidiocese.

Cronograma

 

Em comunicado datado de 18 de janeiro, publicado em seu site oficial, a Vale informa que, mesmo com a pandemia, manteve o cronograma de trabalhos de reparação de danos causados pelo rompimento da barragem, em Brumadinho. De acordo com a empresa, já foram pagos R$ 2 bilhões em indenizações cíveis e trabalhistas e 25% dos rejeitos que vazaram foram remanejados.

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A empresa ainda afirma que acordos de indenização já foram firmados com 8,7 mil pessoas, considerando a justiça cível e a do trabalho. E outras 100 mil pessoas tem recebido um pagamento emergencial mensal. 

“A Vale entende que é preciso que seja concluído o processo de busca das 11 pessoas ainda não encontradas. A empresa segue apoiando integralmente o Corpo de Bombeiros nas buscas e a Polícia Civil no trabalho de identificação”, afirma.
Source: Rural

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