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(Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

 

Em busca de votos para Arthur Lira (PP-AL), candidato preferido do Palácio do Planalto na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, o governo fez mudanças em duas superintendências regionais do Ministério da Agricultura.

As exonerações foram publicadas em portaria no Diário Oficial da União na sexta-feira (21/1) e envolvem as representações no Rio de Janeiro e na Bahia, ocupadas desde 2019 por servidores comissionados indicados em troca de apoio aos projetos de reforma propostos pelo governo.

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“Os superintendentes exonerados já eram indicações políticas, mas de deputados que declararam apoio a Baleia Rossi (do MDB-SP, candidato de oposição ao governo na eleição da Câmara) e foram avisados que sofreriam retaliações. Agora, novos apadrinhados estão sendo nomeados”, relata Antonio Andrade, diretor de políticas profissionais do Sindicato dos Auditores Fiscais Agropecuários (Anffa Sindical).

Uma das exoneradas é Renata Briata da Conceição, nomeada para a Superintendência da Agricultura no Rio de Janeiro em setembro de 2019 sob indicação do deputado do Solidariedade, Áureo Ribeiro (RJ). Em entrevista ao jornal O Globo, Ribeiro afirmou que o Planalto avisou o partido que Renata e outras indicações feitas pela sigla seriam demitidas.

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Na Bahia, o superintendente exonerado foi Paulo Emílio Landulfo Medrado de Vinhaes Torres, indicado pela Federação Baiana de Agricultura (FAEB) com o aval do presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins.

Em seu lugar, o governo nomeou o engenheiro agrônomo Nilo Ferreira de Azevedo, por indicação do deputado José Rocha (BA), do Partido Liberal. Além da Bahia e do Rio de Janeiro, Andrade aponta outras cinco superintendências ocupadas atualmente por servidores comissionados – o que, segundo ele, prejudica os serviços prestados nessas regiões.

“As pessoas que entram não têm compromisso com o plano estratégico do Ministério da Agricultura. São pessoas que sabem que vão ficar por um período e que, a qualquer momento, serão exoneradas. Acabam não tendo compromisso com o serviço de fiscalização”, afirma Andrade.

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Em nota, a Anffa-Sindical defendeu a contratação de servidores de carreira para a ocupação das superintendências regionais da pasta e destacou que as indicações políticas "causam danos e prejudicam o desenvolvimento da agricultura brasileira".

Segundo a entidade, o próprio Ministério da Agricultura chegou a elaborar uma proposta de processo de seleção interna para os cargos de liderança baseado na apresentação de um plano de trabalho, no tempo de carreira e na formação dos servidores.

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"O sindicato sempre defendeu a adoção de critérios meritocráticos e um processo de seleção rigoroso para ocupação de tal cargo, e as exonerações recentes ressaltam que o agronegócio brasileiro só tem a perder com a descontinuidade, o despreparo e o descompromisso consequentes da interferência política em uma atividade eminentemente técnica", afirma a entidade.

Procurado pela Revista Globo Rural, o Ministério da Agricultura afirmou que não vai se manifestar sobre as nomeações.
Source: Rural

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