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(Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

 

Se por um lado, as chuvas de verão ajudam o início de projetos e cultivos das safras, por outro, gera uma grande preocupação aos produtores: o aumento da infestação de pragas. Entre elas, está o desenvolvimento de carrapatos, um dos grandes inimigos da pecuária brasileira.

“Com a chegada das chuvas, estes parasitas aumentam a infestação nos animais e contaminam o ambiente com maior facilidade. A multiplicação ocorre mais rapidamente", pontua Túlio Nunes, biólogo e CTO da Decoy Smart Control, que desenvolve soluções biológicas para deter pragas.

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Nunes afirma que cada fêmea pode colocar até três mil ovos e, com condições favoráveis e tratamento ineficaz, o parasita pode aumentar gravemente os danos no rebanho.

“Altas infestações, principalmente em épocas de chuva, impactam diretamente a sanidade e a produtividade do rebanho. Os animais podem apresentar perda de peso e redução da produção de leite, além de favorecer o desenvolvimento da Tristeza Parasitária”, alerta.

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A primeira orientação do biólogo aos produtores é preparar o manejo correto dos animais e da pastagem. “A primeira geração de infestação do carrapato está condicionada ao aumento da temperatura média e umidade relativa do ar (início do período chuvoso). É importante salientar que o desenvolvimento de cada geração sofre impacto direto da anterior”, afirma.

“Por isso, o sucesso do controle depende da redução do parasita já na primeira geração. Tomar as medidas corretas desde o início impede o crescimento da infestação e torna o controle mais eficiente”, completa.

Além disso, a maior parte da distribuição dos carrapatos se encontra no ambiente: 95% da população geral se estabelece nas pastagens e apenas 5% nos animais. “Conhecendo o ciclo de vida do parasita e sabendo que é favorecido pelas chuvas, o pecuarista deve planejar o controle mais efetivo, a fim de reduzir as infestações”, destaca Nunes.

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De acordo com Nunes, as alternativas de combate mais usadas no mercado são químicos. Mas ele observa que o controle biológico tem sido, também, um importante aliado, além de uma opção viável para o setor.

“O controle biológico é uma técnica utilizada para combater espécies nocivas, reduzindo os prejuízos causados por elas. A tecnologia consiste em controlar pragas e insetos transmissores de doenças por meio do uso de seus inimigos naturais”, destaca.

A Decoy desenvolveu um tratamento que consiste em dois produtos: um para ser aplicado no rebanho e outro na pastagem. Eles têm como princípio ativo esporos de fungos, inimigos naturais dos carrapatos. Quando distribuídos no gado e no ambiente, entram em contato com o parasita, germinam e se desenvolvem, levando-o à morte em poucos dias.

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“O produto não deixa resíduos no leite e na carne e pode ser utilizado em todo o rebanho, inclusive em vacas prenhes e bezerros. Além disso, a solução não é tóxica para humanos nem para os animais e, como se trata de um inimigo natural dos ectoparasitas, não há problemas com resistência ao seu método de controle”, ressalta Nunes.

O custo médio do tratamento gira em torno de R$ 4,50 por gado e R$ 25 por hectare ao mês. Enquanto aguarda a aprovação de documentos junto ao Ministério da Agricultura para iniciar a venda, a Decoy estabeleceu um programa de parcerias com pecuaristas.

O biólogo afirma que a empresa disponibilizou as soluções aos produtores por 12 meses e, em troca, recebe informações sobre o tratamento. Além disso, os criadores ganham uma ajuda de custo para desenvolver as pesquisas. “Até agora, temos 600 associações em todo o Brasil”, diz.
Source: Rural

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