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Mapa de alertas de desmatamento e degradação na Amazônia no acumulado de 2020 (Foto: Reprodução/Inpe)

 

O Deter atualizou nesta sexta-feira (8/1) dados mostrando que alertas de desmatamento e degradação ocorreram em 28.963,22 km² da Amazônia em 2020.

O levantamento do sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) sobre evidências de alteração da cobertura florestal indica que 8.417,77 km² se referem ao desmatamento, mas 20.545,45 km² dizem respeito à degradação desta cobertura. Esta é a segunda pior marca anual do sistema de monitoramento, iniciado em 2015.

Apenas em dezembro do ano passado foram registrados alertas e m 216 km², 14% maior do que a verificada no mesmo mês de 2019.

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De acordo com o órgão, enquanto o desmatamento representa a remoção total da cobertura florestal, independentemente da destinação à área desmatada, a degradação é caracterizada pela perda florestal e consequente exposição do solo, o que pode acontecer gradualmente.

Segundo Marcio Astrini, diretor-executivo do Observatório do Clima, a degradação é “uma espécie de ‘poupança’ do desmatamento”, pois a área pode ser degradada aos poucos, podendo demorar anos até virar desmate em si.

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“A degradação significa que aquela área de floresta foi alterada, que existe alguma atividade ali que está causando impacto negativo, mas que ainda não se configurou como o que se chama de ‘corte raso’, ou quando o desmatamento está concretizado. Estas áreas normalmente estão sofrendo interferência madeireira, cuja atividade degrada, mas não desmata por corte raso”, explica Astrini.

Neste sentido, o Deter ainda indica que 15.318,29 km² registram cicatrizes de incêndios florestais e 8.093,98 km² têm solo exposto derivado do desmatamento.

Ao olhar os dados separados por Estados, os maiores avisos de desmatamento foram emitidos em Mato Grosso, Pará, Rondônia e Amazonas. No entanto, é o município paraense de São Félix do Xingu que concentra mais alertas, em 1.989,62 km², seguido de Barão de Melgaço (MT) e Altamira (PA).

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Diante dos dados, Astrini classifica o acumulado de 2020 como “mais um número ruim para compor o quadro de recordes negativos do atual governo na área ambiental”. “Tudo isso é fruto das políticas anti-ambientais adotadas pelo próprio governo. Isto é, de onde deveria vir a solução, é na verdade onde nasce o problema”, lamenta.

Para 2021, o diretor-executivo do Observatório do Clima não tem perspectivas positivas. Ele ressalta, ainda, a importância do resultado da eleição à presidência da Câmara dos Deputados para o andamento de pautas ambientais.

Entre elas, Astrini cita o retorno da medida provisória da grilagem de terras, a votação do projeto de lei de terras indígenas para mineração e agropecuária e mudanças no Código Florestal.

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Source: Rural

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