Skip to main content

João Doria, governador de SP (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

 

Em meio a críticas de representantes do agronegócio e à expectativa de realização de um tratoraço em algumas regiões do Estado, o Governo de São Paulo anunciou, na noite desta quarta-feira que suspendeu as mudanças na cobrança de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de alimentos e medicamentos genéricos. Em comunicado, a administração estadual justificou a decisão na segunda onda de contágio pela pandemia de coronavírus no Estado.

Em nota divulgada pela assessoria do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, o governador argumenta que a população de menor renda está mais vulnerável aos efeitos da segunda onda da pandemia. E a retiradas dos benefícios fiscais poderia provocar aumento nos preços de alimentos e medicamentos, afetando, principalmente essa parcela da população.

“A redução de benefícios do ICMS poderia causar aumento no preço de diversos alimentos e medicamentos genéricos, principalmente para a população de baixa renda. Decidimos, assim, suspender a vigência dos decretos estaduais que autorizam redução de benefícios fiscais do ICMS para insumos agropecuários para a produção de alimentos e medicamentos genéricos", disse Doria, no comunicado.

saiba mais

Agronegócio espera mais de 100 entidades em 450 municípios em "tratoraço" contra alta do ICMS em SP

Fórum Paulista de Agronegócio acusa Doria de “aumento silencioso” de impostos

 

As mudanças na cobrança do ICMS fazem parte de uma reforma fiscal proposta pelo Executivo e aprovada pela Assembleia Legislativa. A lei aprovada pelos deputados estaduais e sancionada pelo governador João Doria previa uma redução linear de benefícios fiscais, incluindo alimentos, o que provocou fortes reações de lideranças do agronegócio de São Paulo e nacionais.

Até a decisão comunicada na noite desta quarta-feira, o Governo de São Paulo vinha mantendo a posição de que não estaria promovendo aumento de impostos. Argumentava apenas que reduzia benefícios fiscais, sob a justificativa de reforçar os cofres públicos e ampliar a capacidade de investimentos em áreas prioritárias, como saúde e educação.

Para as lideranças do setor agropecuário, no entanto, a medida se tratava, na prática, de aumento de impostos. Representantes de diversas entidades vem se mobilizando para a realização de um tratoraço nesta quinta-feira (7/1), em diversos municípios. A Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Faesp) espera a participação de mais de 100 entidades, entres sindicatos, cooperativas e outras representações do setor.

Nesta quarta-feira (6/1), A Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) divulgou comunicado reforçando as críticas. A SNA diz ter manifestado seu apoio aos produtores rurais de São Paulo e subscrito manifesto da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). De acordo com a entidade, o aumento dos impostos incidirá sobre a cesta básica, atingindo toda a economia paulista.
Source: Rural

Leave a Reply