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(Foto: Thinkstock)

 

A falta de acordo comercial com o Mercosul tirou o suco de laranja brasileiro das prateleiras sul-coreanas. Atualmente, a taxa de importação paga pelo produto praticamente torna inviável a venda do produto brasileiro ao país asiático, constata estudo produzido pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), que mostra que a perda daquele mercado se dá por conta de uma série de acordos bilaterais firmados entre Coreia do Sul e outros países, como Estados Unidos e Europa.

As vendas de suco de laranja brasileiro (FCOJ) para a Coreia do Sul, que na safra 2002/03 chegaram a 33.900 toneladas, com receitas de US$ 28 milhões, na safra 2019/20 foram de apenas 46 toneladas de FCOJ, com uma receita de US$ 92 mil. Uma queda de 99,8% em volume e 99,6% em receita, respectivamente, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério da Economia, compilados no estudo da CitruBR.

A Coreia estabeleceu na Organização Mundial do Comércio (OMC) uma tarifa de 54% ad valorem cobrada de todos os países do mundo. Essa taxa, porém, pode ser diferente caso as negociações entre Mercosul e Coreia do Sul culminem em acordo bilateral. Isso ajudaria o Brasil a brigar por mais espaço naquele mercado.

"A Coreia do Sul tem 15 acordos comerciais em vigor. Dois deles foram celebrados com Estados Unidos e União Europeia, o que trouxe grande impacto para o FCOJ brasileiro naquele País", informa em comunicado o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.

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Com quase 52 milhões de habitantes e Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 1,6 trilhão em 2019, a Coreia do Sul é um mercado valioso e o peso da tarifa para acessar esse mercado pode ser observado pelo histórico das importações daquele país. Em 2013, ano seguinte à entrada em vigor do acordo entre Coreia do Sul e Estados Unidos, os americanos tomaram a liderança como principais fornecedores de FCOJ, gozando da isenção total de tarifa de importação.

Em 2015 entrou em vigor o acordo entre União Europeia e Coreia do Sul. Entre os anos de 2017 e 2019, o Velho Continente aumentou a sua participação em relação aos Estados Unidos à medida que o Brasil praticamente foi excluído daquele mercado.

Outro reflexo do modelo tarifário sul-coreano apontado pelo estudo é o impacto na competitividade do suco em comparação com outras bebidas. Ao mesmo tempo em que o Brasil foi praticamente excluído daquele mercado, bebidas mistas oriundas de países, como Turquia e Vietnã, tomaram a liderança na participação das importações daquele país. A participação do FCOJ caiu de 68% para 13%.
Source: Rural

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