Skip to main content

(Foto: Getty Images)

 

Com o possível fim do pagamento do auxílio emergencial no início de 2021 e o aumento sazonal da oferta nacional, o setor lácteo se prepara para uma virada de ano com aumento de custos e aperto de margens – cenário que deve persistir até o final do primeiro semestre se a safrinha de milho se desenvolver sem nenhuma surpresa nos próximos meses.

“Estamos numa situação de crise, desemprego, queda de renda, e tudo isso vai afetar o consumo, principalmente de produtos de maior valor agregado”, destaca Rafael Ribeiro, analista da Scot Consultoria.

saiba mais

Captação de leite no Brasil no terceiro trimestre foi a maior já registrada desde 1997

 

Após os altos e baixos da demanda no início da pandemia no Brasil, a indústria está atenta às oscilações do consumo para evitar acumular estoques no próximo ano, dadas as incertezas quanto a uma possível segunda onda de Covid-19 e ao clima em ano de La Niña – o que poderia afetar a disponibilidade de grãos para alimentação animal.

“Esse é o grande desafio que todo mundo tem agora. Atender à demanda sem gerar muito excedente”, observa Marcelo Costa Martins, diretor executivo da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos).

saiba mais

Seca causa quebra de 20% na safra de grãos e redução de 40% na produção de leite de SC

 

Do lado dos custos, o atraso nas chuvas e a valorização do milho devemmanter os preços da matéria prima em patamares elevados em 2021, mesmo com os ajustes sazonais de final de ano.

Após uma alta de mais de 50% em 2019, os preços pagos aos produtores brasileiros chegaram a ficar até 20% acima do praticado por seus vizinhos sul-americanos em outubro, o que estimulou a entrada do produto importado a partir do segundo semestre.

saiba mais

Em ano atípico com pandemia, preços dos produtos lácteos chegam a dezembro em alta

 

“As expectativas são de mais um ano de pressão sobre a margem do produtor. O preço do leite deve se manter firme, mas, para o produtor, os custos de produção devem pesar mais”, destaca Ribeiro. Para a oferta, as perspectivas climáticas em meio à seca no sul do país são mais um desafio, segundo explica o consultor de agronegócio do Itaú BBA, Cesar de Castro Alves.

“Mesmo Minas Gerais, maior produtor nacional, está muito seco. A menos que tenhamos uma excelente recuperação das chuvas, a safra já começa prejudicada, com baixa oferta e um produtor bastante cauteloso com o aumento da produção, por causa dos custos”, diz o analista.

 
Source: Rural

Leave a Reply