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(Foto: Raphael Salomão/Ed. Globo)

 

A queda brusca na demanda global por algodão causada pela pandemia, a gangorra de preços em 2020 e o atraso no plantio da soja no Centro-Oeste levaram os produtores brasileiros da fibra a pisar no freio.

Para 2021, a previsão é de queda na área e na produção. A Conab projeta área 5,8% menor e produção de 2,73 milhões de toneladas de pluma, em comparação aos 3 milhões da safra anterior. Será a primeira queda dos últimos quatro anos.

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O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Milton Garbugio, acredita que a redução de área vai ser bem maior: 15%. “Os preços estão em recuperação, mas o mercado global esfriou e desanimou o produtor.”

Segundo ele, a característica do produtor de algodão é fechar contratos antecipados de venda, mas, até outubro, só 50% da nova safra estava vendida. Na mesma época do ano passado, esse volume era de 70%.

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Lucilio Alves, do Cepea, não acredita em uma queda tão acentuada. Segundo ele, a margempara o produtor foi negativa no primeiro semestre, mas melhorou muito após o relaxamento do isolamento social. “Os preços do algodão voltaram a subir e alcançaram os maiores valores nominais da história no final de outubro.”

Fabio Meneghin, da Agroconsult, projeta uma redução de 12% na área e umaprodução de 2,6 milhões de toneladas. Ele diz que a queda dos preços assustou todos os produtores mundiais, mas os brasileiros foram menos prejudicados, graças à desvalorização cambial. “Em 2021, deve haver uma recuperação da demanda global de algodão. Um ponto de preocupação é a segunda onda da Covid-19.”

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Cleiton Gauer, do Imea, revela que, com o atraso da semeadura de soja, grandes produtores que precisam de um calendário mais largo vão pular a soja e plantar o algodão para cumprir contratos. Segundo maior exportador de pluma e quarto maior produtor, o Brasil deixou de embarcar 150 mil toneladas de abril a junho devido à pandemia, mas a previsão é bater novo recorde em 2021.

Henrique Snitcovski, presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), ressalta que as exportações entraram num ritmo forte no segundo semestre deste ano. “Se conseguir exportar 2,1 milhões de toneladas na safra 2020/2021, o Brasil aumenta sua participação para 25% no mercado global de algodão”, diz.

 
Source: Rural

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