Skip to main content

(Foto: Ernesto de Souza/ Ed. Globo)

 

Após obter a maior rentabilidade da história, produtores de milho iniciam 2021 batendo o recorde de comercialização antecipada, projetando mais aumentos de produção e confiantes na manutenção dos bons preços no mercado interno e externo. A pressão sobre a cultura virá das condições climáticas, em ano de La Niña.

Aproveitando a boa paridade de exportação e os altos preços do grão no mercado internacional, os produtores venderam até novembro 40% da safra, ante a média histórica de 15%. Em Mato Grosso, maior produtor, as vendas antecipadas chegaram a 60%, ante a média de 37% dos anos anteriores.

saiba mais

Dezembro deve ser de chuvas regulares e maior frequência de frentes frias no Brasil

 

O atraso na semeadura da soja pode impactar o milho safrinha. “Deve haver expansão de área, mas o atraso da soja pode fazer a safrinha ser plantada fora da janela ideal”, diz Victor Ikeda, analista do Rabobank.

O risco é reduzir a produtividade e retardar a entrada do milho safrinha no mercado, pressionando os preços. Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócios, lembra que a última grande quebra de produção ocorreu em 2016, também em ano de La Niña, quando a safra diminuiu de 55 milhões para 40 milhões de toneladas.

 

 

Agroconsult, AgRural e Cogo Consultoria preveem uma safra por volta de 108 a 111 milhões de toneladas (foram 103 milhões de toneladas em 2019/2020). A estimativa da Conabémaismodesta:104,8 milhões.

Robson Mafioletti, superintendente da Ocepar (sistema de cooperativas do Paraná), diz que a área plantada no Paraná também deve subir, mas ele acha muito difícil o milho repetir a conjuntura de “tempestade perfeita” de 2020, com safra cheia, dólar alto e demanda aquecida no mercado interno e externo.

saiba mais

Crescente demanda chinesa deve manter preço do milho em patamares recordes em 2021

 

Para Adriano Lo Turco, analista da Agroconsult, os preços internacionais devem se manter em alta, devido aos baixos estoques dos Estados Unidos e à queda de 22% na produção da Ucrânia, dois importantes exportadores. Lucilio Alves, do Cepea, explica que, diante do aumento previsto de demanda no mercado externo, os produtores deMato Grosso e Paraná tendem a exportar mais, o que obriga as indústrias nacionais a planejar compras antecipadas, para não ficarem desabastecidas.
Source: Rural

Leave a Reply