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(Foto: Emiliano Capozoli/Ed.Globo)

 

No Brasil, são queimados, em média, 177 mil km² por ano. Deste total, só em 2019, 31% foi destinado para o uso da agropecuária. É o que aponta levantamento do MapBiomas Fogo, iniciativa que reúne informações sobre a área queimada a cada ano no país.

Dos 55.659 km² revertidos em agropecuária, 70% foi destinado especificamente para pastagem e gado. No entanto, Ane Alencar, diretoria de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), diz que já era esperado que houvesse mais fogo em área de pastagem devido ao comportamento do pecuarista mais tradicional, que ainda conta com o fogo como principal ferramenta de controle do pasto.

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“Diferente da área da agricultura, para a pecuária e os pastos, em geral, utiliza-se o fogo como ferramenta de manejo. Não são todos os pecuaristas que utilizam, mas grande parte da pecuária tradicional faz com que haja um ciclo de fogo. Aqueles que manejam o pasto de forma mais moderna não utilizam porque fazem rotação de pastagem, usam insumos para o pasto ficar mais nutrido, entre outros manejos”, afirma.

O mapeamento também aponta que o Cerrado é o principal bioma desmatado, já que 41% de sua extensão foi afetada pelo fogo pelo menos uma vez. Segundo Ane, parte disso também pode ser creditado à pecuária, já que uma grande porção do bioma é ocupada por pasto.

Não são todos os pecuaristas que utilizam, mas grande parte da pecuária tradicional faz com que haja um ciclo de fogo

Ane Alencar, diretoria de ciência do IPAM

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“O segundo elemento é que o Cerrado naturalmente pode ter fogo. Biologicamente, ele depende do fogo, mas isso não quer dizer que ele tem que queimar todo ano, mas sim em um certo índice, como a cada seis anos, por características do próprio bioma. É diferente da Amazônia, que não tem fogo natural”, esclarece.

Ane Alencar ainda ressalta que o fogo é colocado a cada dois ou três anos em áreas de pastagem no manejo convencional, o que torna a queimada não apenas ferramenta de abertura de terra, mas de controle de pastagem. “É possível diminuir essa prática, mas precisa de modernização na atividade”, sugere.

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Source: Rural

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