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(Foto: Faesc/Divulgação)

 

A seca provocará uma quebra de 20% na safra de grãos em Santa Catarina, além de já ter reduzido em 40% na produção de leite. As projeções são da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc), que fez um levantamento sobre os prejuízos no Estado.

Nesta safra, devem ser colhidas 5,3 milhões de toneladas de grãos em vez das 6,6 milhões de toneladas previstas. Conforme a Faesc, o milho comercial foi a cultura mais prejudicada. As perdas alcançaram 35% e a produção catarinense deve cair 1 milhão de toneladas.

“Se tivermos mais chuvas em dezembro, janeiro e fevereiro, poderemos colher 1,8 milhão de toneladas das 2,8 milhões previstas. Porém, se a chuva não chegar, a quebra será maior”, projeta o vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri.

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Segundo ele, o Estado tem 330 mil hectares de área plantada e, neste ano, já importou 4,5 milhões de toneladas de milho para abastecer as agroindústrias. “Certamente teremos que importar mais de 5 milhões de toneladas em 2021, especialmente de Paraguai, Argentina, Estados Unidos, além do milho safrinha vindo do Paraná e do Centro-Oeste. É uma situação que preocupa todo o setor”, alerta Barbieri.

As perdas levantadas na produção do milho para silagem são maiores e variam entre 40% e até 100% nas regiões mais atingidas pela estiagem – extremo oeste, oeste e meio oeste. A área plantada é de 220 mil hectares e a colheita alcançou apenas 25% da silagem prevista.

“Se a chuva continuar, ainda é possível replantar boa parte do milho e colher até 40 toneladas por hectare, o que nos garantiria uma safra melhor”, observa o vice-presidente da Faesc.

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Já a produção de soja foi menos impactada e registrou queda de 10%. O plantio foi feito em outubro e novembro e finalizado neste mês. Apesar da germinação ruim devido à seca, os mais de 100 milímetros de chuva neste começo de dezembro garantiram a recomposição do plantio. SC plantou 670 mil hectares e deve colher 2,5 milhões de toneladas.

O dirigente da Faesc destaca que o arroz foi a única cultura que não teve perdas consideráveis no Estado e deve alcançar 1,2 milhão de toneladas, a segunda maior produção nacional.

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(Foto: Getty Images)

 

Quebras no leite

A falta de pastagem e o alto custo da ração à base de milho e soja foram os fatores que mais prejudicaram os produtores de leite no Estado. A atividade registrou a maior queda (40%), segundo a Faesc – a produção caiu de 8 milhões para 5 milhões de litros por dia.

“Este foi o setor mais afetado economicamente, porque vinha de fortes investimentos e modernização da atividade no Estado. A falta de silagem, a quebra da produção e o alto custo dos insumos ocasionaram a desistência de inúmeros produtores. Muitos também eliminaram de seus plantéis as vacas mais velhas e menos produtivas”, analisa Barbieri.

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Apesar dos prejuízos, a previsão de mais chuva para os próximos dois meses no Estado traz esperança ao campo. Outro alento aos produtores é o acionamento do seguro rural e do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) para cobrir os prejuízos.

"Os mananciais nas propriedades foram recuperados e praticamente cessou a necessidade de caminhões-pipa no momento. A contribuição do governo do Estado também foi importante, com liberação de até R$ 46 milhões em crédito para construção de cisternas, açudes e poços artesianos”, avalia Barbieri.
Source: Rural

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