Skip to main content

(Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

 

A falta de chuvas e as altas temperaturas devem causar a maior quebra de safra de laranja em 32 anos do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, principal região produtora da fruta no mundo.

A safra 2020/21 foi reestimada pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), na quinta-feira (10/12), em 269,36 milhões de caixas, 18,4 milhões de caixas a menos do que a estimativa inicial, feita em maio. Se for confirmada, a quebra será de 30,36% em comparação à safra anterior.

saiba mais

Exportações de suco de laranja caem 19,17% em volume e 33,3% em faturamento

 

“Em função das condições climáticas extremamente adversas, com altas temperaturas, baixa precipitação e má distribuição das chuvas, esse é um dos anos mais difíceis que a citricultura já enfrentou”, diz Juliano Ayres, gerente-geral do Fundecitrus, associação privada mantida por citricultores e indústrias do suco.

O cenário desfavorável já era esperado devido à formação do evento climático La Niña. Mas, segundo o Fundecitrus, outros fenômenos atuaram simultaneamente, deixando o clima mais quente e mais seco quando apenas 30% da produção de laranja tinha sido colhida.

saiba mais

Citricultura gerou 10.554 postos de trabalho entre julho e setembro deste ano

 

Dados da Somar Meteorologia apontam que à medida que o La Niña se intensificou, a chuva foi diminuindo em relação à média histórica. De maio a agosto, o volume acumulado estava 14% menor e chegou a menos 41% no acumulado de setembro a novembro. Em todo o período, a precipitação média no cinturão foi de 337 milímetros, cerca de 150 milímetros a menos que o normal e 32% inferior à média histórica.

Volume de chuva na safra em São Paulo

(Foto: Reprodução)

 

Mesmo nas regiões de Itapetininga, Avaré e Duartina, onde houve menos estiagem, a precipitação foi inferior à média histórica. Um dos municípios mais secos foi Matão, que ficou praticamente seis meses sem chuvas significativas. Com a diminuição das chuvas, as temperaturas máximas ficaram quase o ano todo acima da média histórica.

saiba mais

Método para detectar Covid-19 ajuda a reduzir rejeição à laranja brasileira na Europa

 

De acordo com o coordenador da Pesquisa de Estimativa de Safra do Fundecitrus, Vinícius Trombin, em muitos pomares, plantas espalhadas pelo talhão não resistiram e morreram. “Vimos os casos mais drásticos, principalmente, nos setores Norte, Noroeste e Centro, onde alguns talhões de sequeiro perderam todas ou quase todas as árvores”, comenta.

O período mais crítico de seca começou a mudar em novembro, quando o volume de chuvas melhorou em quase todo o cinturão citrícola, o que possibilitou uma pequena recuperação do peso dos frutos.

saiba mais

Ação de combate ao greening arranca 850 mil pés do entorno de fazendas de laranja

 

As condições climáticas desfavoráveis, somadas à maior concentração de frutos de segunda florada, diminuíram também o ritmo da colheita, que, em novembro, alcançou 58% da produção ante os 74% registrados no mesmo período no ano passado.
Source: Rural

Leave a Reply