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(Foto: José Medeiros/Editora Globo)

 

 

No relatório final da comissão externa que acompanhou o combate às queimadas no Pantanal, a deputada Professora Rosa Neide (PT-MT), coordenadora do grupo, deixou claro que a maioria dos incêndios “teve origem em alguma forma de ação humana”.

“São vários depoimentos de pesquisadores e de autoridades, inclusive de delegados de polícia responsáveis pela investigação, que apontam a presença humana na origem da absoluta maioria dos incêndios. No entanto, se o homem está há muito presente no Pantanal, é necessário compreender por qual razão, neste ano de 2020, os incêndios derivados da ação antrópica atingiram patamares muito acima dos anteriormente observados", disse Rosa Neide, ao apresentar o relatório de 300 páginas aos membros da comissão.

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Na opinião da deputada, o governo federal colaborou para o desastre ambiental de 2020. "Em resposta a esse questionamento, está o descaso e até mesmo a atuação dolosa do atual governo brasileiro, em prol do extermínio de políticas ambientais construídas ao longo das últimas décadas, o que incentiva, ainda que de maneira indireta, o componente humano, na formação de um perigoso círculo vicioso”, observou.

Foram 33 mil quilômetros quadrados incendiados, segundo o relatório, sendo 14% do bioma apenas em setembro. Estudos apontam que a área queimada no Pantanal em 2020 supera em 10 vezes a área de vegetação natural perdida em 18 anos. 

Após a reunião da comissão, o deputado Dr. Leonardo (Solidariedade-MT) disse que são vários os fatores que provocaram os incêndios, entre eles, o clima atípico. "Botar a culpa no governo federal não pode acontecer, é leviano. Foi uma tragédia o que aconteceu. Até hoje ela tem impactos e continuará tendo. Espero que possamos tomar uma lição e o Brasil adquirir equipamentos para o combate aos incêndios florestais, a grande queimadas, e agir com mais celeridade", disse.

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Resgate de animais

A comissão vai agora tentar aprovar com urgência o projeto (PL 9950/18) que trata da conservação e do uso sustentável do Pantanal. Apenas 4,6% do território do bioma Pantanal são protegidos por unidades de conservação.

A comissão ainda elaborou cinco propostas legislativas. Um deles (PL 4670/20) trata do resgate de animais, como explicou o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista.

“A ideia é de um projeto de acolhimento aos animais regatados. A fauna no Brasil é tratada pior que recurso mineral. O Brasil trata muito mal a sua fauna. A caça e o tráfico de animais são práticas recorrentes. As pessoas (que traficam animais) são presas e são soltas no mesmo dia. É uma vergonha isso que acontece”, disse o deputado.
Source: Rural

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