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(Foto: Fabiano Accorsi/Ed. Globo)

 

Apesar das dificuldades de aumento de custos e logísticas provocados pela pandemia, a indústria de aves e suínos comemora os números positivos alcançados neste ano. É o que aponta o balanço divulgado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), nesta quarta-feira (09/12), destacando números considerados históricos do setor na produção, exportação e disponibilidade interna de carnes de frango, suína e ovos.

As exportações de frango em volume foram 5,6% maiores em novembro deste ano em relação ao mesmo mês de 2019 (350,7 mil toneladas). No acumulado de janeiro a novembro, o aumento foi de apenas 0,69% em comparação ao mesmo período do ano anterior, chegando a 3,8 milhões de toneladas. A receita, no entanto, foi 11,3% menor em novembro deste ano com relação ao mês de 2019. No acumulado dos onze meses de 2020, a retração na receita com as vendas externas de frango foi de 13% em comparação ao mesmo período de 2019.

“Aqui, os efeitos da pandemia foram sentidos severamente. A gente esperava um crescimento (das exportações) um pouco maior, na casa dos 3%. Mas, ainda é uma vitória num ano de pandemia onde fecharam-se os restaurantes, vendemos muito para as redes de food service. Então, isso é um ganho para o nosso setor, mostrando que o Brasil não é só o maior exportador (de frango), mas é também aquele em que o mundo confia para ser um grande parceiro na hora das dificuldades”, disse o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

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Dos mais de 150 países que compram o produto brasileiro, China (17%), Arábia Saudita (11%) e Japão (10%) foram os principais mercados para a carne de frango brasileira neste período. O Estado do Paraná consolidou-se como o maior exportador, respondendo por 40% do total, seguido de Santa Catarina (23%) e Rio Grande do Sul (17%).

Pelas projeções da ABPA, a produção brasileira de carne de frango em 2021 deve variar entre 14,25 milhões a 14,5 milhões de toneladas, uma alta de até 5,5% em relação a 2020. Já as exportações podem ter alta de 0,5% a 3,6%, somando até 4,35 milhões toneladas.

O grande destaque, neste ano, foi o mercado interno de frango no país, efeito da pandemia, além da disponibilidade do produto para o consumidor brasileiro. O consumo doméstico deve registrar um aumento entre 3% a 6,5% em 2021 em relação ao ano anterior, quando vai somar entre 9,9 milhões a 10,15 milhões de toneladas de frango. Com isso, a disponibilidade de carne de frango no país deve chegar a 9,6 milhões de toneladas em 2020, podendo elevar até 6,3% em 2021. O consumo per capita no país, segundo a ABPA, pode crescer 4,4% no próximo ano.

“Muito efeito do aumento da perda de capacidade econômica das pessoas e aumento da carne bovina, que diminuiu em 8% na sua produção e um aumento de 9% nas suas exportações. Esses reflexos combinados fizeram com que as pessoas buscassem uma substituição para a carne bovina”, salienta Santin.

Ovos

Dobrando de volume na última década, a avicultura de postura deve fechar 2020 com a produção de mais de 53 bilhões de unidades de ovos, um aumento de 9,1% em relação ao ano passado. O consumo per capita subiu 8,7% na comparação do mesmo período, e deve fechar o ano com uma média de 250 unidades por habitante por ano em 2020. No entanto, a entidade prevê que as exportações em 2020 sofram uma retração de 31,2% em relação a 2019.

O Mato Grosso se consolidou como o maior exportador do país, respondendo por 35% da produção nacional que foi embarcada, seguido do Rio Grande do Sul (25%), São Paulo (24%) e Minas Gerais (9%). Os principais mercados importadores de ovos neste ano foram os Emirados Árabes (44%), Argentina (8%), Uruguai (8%) e Japão (6%). Para os Emirados Árabes, os embarques foram 47% menor do que em 2019, enquanto a Argentina aumentou as compras de ovos brasileiros em 920% no mesmo período.

Carne suína

As vendas externas de carne suína do Brasil registraram uma alta de 31,7% no mês de novembro, somando 87,5 mil toneladas, com aumento de 35,7% na receita na comparação do mesmo mês de 2019. Já no acumulado dos onze primeiros meses deste ano, o Brasil exportou 39,5% a mais de carne suína do que no mesmo período do ano passado, totalizando 940,9 mil toneladas embarcadas. A receita também foi 47,1% maior na comparação deste período. Santa Catarina respondeu por mais de 52% da carne suína exportada neste ano (480 mil toneladas), seguido pelo Rio Grande do Sul (26%) e Paraná (14%).

Segundo a ABPA, a produção brasileira de carne suína deve aumentar entre 6,7% a 8% em 2021 em relação a 2020, que deve fechar com um volume produzido de 4,25 milhões a 4,3 milhões de toneladas. A entidade projeta que as exportações devem crescer de 33% a 37% no próximo ano e, mesmo com o recorde das exportações, a disponibilidade de carne suína internamente pode aumentar até 2%. O consumo per capita no Brasil não deve sofrer variação, assim como ocorreu entre 2019 e 2020 (15,3 kg/pessoa/ano).

Os custos de produção de frango foi 36,33% maior até outubro deste ano em relação aos 10 primeiros meses do ano passado e de suínos teve um aumento de 40,69% no mesmo período.

China

De acordo com o Conselho de Estado Chinês, o país asiático tem como meta atingir 95% de autossuficiência em carne suína até 2025. Considerando uma demanda de 57 milhões de toneladas em 2025, a China ainda precisará importar um volume de 5%, ou seja, cerca de 2,850 milhões de toneladas.

Segundo Ricardo Santin, embora a China esteja com um crescimento acelerado na produção de carne suína, vai ter sempre um déficit bastante importante de proteína, especialmente devido aos efeitos da peste suína na Ásia e na Europa.

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O Brasil paga 26% de tarifa para exportar a carne suína, enquanto que os Estados Unidos são isentos e a União Europeia paga 4,5%. No frango, o Brasil paga 20%, a Tailândia 16%, Estados Unidos e Europa pagam 9% e o Chile paga 0%.

Na visão da ABPA, a situação mostra a importância dos acordos internacionais em busca de novos mercados. Neste ano, a entidade registrou mais de 80 novas habilitações para exportação de proteína animal para outros países.
Source: Rural

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