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Nessas dez cidades, foram identificados 32 pontos de incidência de gafanhotos (Foto: Divulgação)

 

Subiu para dez o número de municípios da região noroeste do Rio Grande do Sul com ataques de gafanhotos. Braga, Nova Ramada e Redentora se juntam aos municípios de Santo Augusto, São Valério do Sul, Chiapeta, Coronel Bicaco, Campo Novo, Bom Progresso e São Martinho, onde já haviam sido identificados focos dos insetos. Nessas dez cidades, foram identificados 32 pontos de incidência de gafanhotos.

André Ebone, um dos fiscais da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Estado que está na região monitorando a movimentação dos gafanhotos, disse que a mobilidade dos insetos está menor e, por enquanto, só há possibilidade de danos comerciais em São Valério do Sul e Santo Augusto, cidades mais próximas da reserva indígena de Inhacorá, de onde se originaram os insetos. No total, a equipe monitora uma área de 30 km, que inclui 22 municípios.

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“A alimentação preferencial deles continua sendo as árvores nativas. Os adultos comem folhas de timbó (Ateleia glazioveana) e as ninfas preferem o fumo-bravo (Solanum mauritianum), só passando para as lavouras de soja na bordadura da mata quando faltam essas espécies. Mas, nesses deslocamentos, a desfolha é pequena.”

Segundo Ebone, um ortomosaico formado com imagens capturadas por drones que sobrevoaram a região nos últimos dias mostra com uma precisão de 5 cm que ainda há muitas árvores nativas dos tipos preferidos pelos insetos que ainda não foram atacadas, o que seria uma boa notícia.

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De acordo com o  segundo relatório divulgado pela secretaria na tarde terça (8/12), dos  3.432,5 hectares de área agrícola vistoriados pela equipe, 1.794 (52,27%) apresentaram incidência de insetos. Já nos 3.345 hectares de mata nativa vistoriados foram identificados insetos em 93,48%. Os fiscais monitoram a região desde 30 de novembro, quando houve a suspeita de que os gafanhotos seriam das espécies migratórias que estavam atacando a região de Missiones, na Argentina.

A análise de amostras dos insetos enviadas ao Laboratório de Manejo Integrado de Pragas da Universidade Federal de Santa Maria (RS) no início do mês concluiu que as espécies não são do tipo migratório nem formam nuvens como os gafanhotos que dizimaram plantações no país vizinho. Segundo Ricardo Felicetti, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal, o aparecimento em grande número dos gafanhotos pode ser resultado de algum desequilíbrio causado pelas temperaturas elevadas e a estiagem de duas safras seguidas.

Apesar da superpopulação dos gafanhotos na região, ainda não há nenhuma decisão de pulverização, que deve ser autorizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os fiscais têm orientado os produtores a não se precipitar e aplicar algum produto para eliminar os insetos. “Como não existe nenhum produto registrado para o controle dos gafanhotos, essa ação seria ilegal. Além disso, pode causar um dano ainda maior.
Source: Rural

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