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(Foto: Divulgação/Case)

 

Apesar da chegada tardia da chuva, que atrasou o início da semeadura da soja, o Brasil tem potencial para uma safra recorde de até 135,7 milhões de toneladas e de superar os Estados Unidos na produção do grão na temporada 2020/2021.

Dessa maneira, segundo projeção do Sistema Tempocampo, da Esalq/USP, a produtividade média brasileira de soja poderá variar entre 3.400 e 3.650 quilos por hectare, considerando os cenários pessimista e otimista, respectivamente.

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“Pela nossa previsão, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) está sendo até conservadora. Tanto o cenário intermediário quanto o otimista estão relativamente bastante acima das previsões da Conab. Estamos falando em 6 milhões de toneladas de diferença. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), com base na última previsão, também está mais otimista do que a Conab”, analisa o professor da Esalq/UPS e coordenador do sistema, Fábio Marin.

Com o atraso na chegada da chuva nas regiões produtoras, a semeadura da soja foi mais tardia do que o normal, o que provocou a necessidade de semear novamente onde a oleaginosa foi plantada muito cedo.

(Foto: Reprodução)

 

“Foi um início de safra meio conturbado e até meio preocupante. Por outro lado, a melhor época para a soja não é exatamente a inicial. Então, a gente empurrou o plantio para uma época um pouco mais adequada para as lavouras e isso, na verdade, traz um cenário paradoxal de que a safra pode ser muito boa neste ano. Isso também depende da projeção de chuvas para dezembro, que é muito boa, mas, se confirmando, a perspectiva é muito boa”, diz o professor.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, onde podem ocorrer ganhos superiores a 8% em relação ao ano-safra anterior, a expectativa é de um cenário climático muito melhor nas lavouras do que o que ocorreu no ano passado, conforme mostra o mapa de Coeficiente de Produtividade Climática (CPC).

(Foto: Reprodução)

 

O indicador foi criado pelo Tempocampo para mostrar como está a condição da lavoura em relação ao ano anterior. As áreas em azul mais escuro mostram que as condições são bem positivas em relação ao ano passado. “E são positivas em regiões que já tiveram safras boas na temporada anterior”, acrescenta Marin.

A expectativa é de uma produtividade em torno de 2.500 quilos por hectare no Estado, o que é cerca de 20% a 30% maior do que a do ano passado, embora seja mais baixa do que a média das demais regiões produtoras. “E o RS tem uma condição climática diferente do restante do país, pois tende a ter veranicos em janeiro, e o sistema está captando isso”, explica.

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Ganhos da mesma magnitude são esperados para Mato Grosso do Sul, centro-oeste de São Paulo e partes do Mato Grosso, Goiás e Matopiba (Maranhão, Tocatins, Piauí e Bahia). Por outro lado, a região da divisa entre Bahia, Goiás e Minas Gerais, bem como as regiões norte e noroeste do Mato Grosso podem sofrer perdas de até 4%.

Clima

 

No panorama de ánomalias de precipitação do Tempocampo, que é adaptado do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) dos Estados Unidos, destaque para o cenário de precipitações no norte do Mato Grosso, onde há uma possibilidade de queda de até 25 mm de chuva na próxima semana (7 a 13 de dezembro).

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Nas regiões centro e no sul do Estado, a previsão de chuvas está dentro da média, o que é considerado bom para dezembro e na fase de desenvolvimento da soja. Mas há preocupação com o norte do Mato Grosso e o próprio RS, que pode também ter uma queda de 15 mm a 25 mm de chuvas em relação à média na próxima semana. 

A perspectiva para o Rio Grande do Sul também está considerando a ocorrência da La Niña, que é um fenômeno bastante importante para o Estado. “As produtividades lá não são muito altas justamente porque temos previsão de um ano de La Niña, que pode trazer chuvas abaixo da média para o Estado e precipitações um pouco acima da média nas regiões produtoras do Matopiba”, afirma Marin.
Source: Rural

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