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Celso Moretti, presidente da Embrapa (Foto: Wenderson Araújo/Ed.Globo)

 

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) anunciou, nesta quarta-feira (4/11) a sétima edição do seu Plano Diretor, visando estratégias até 2030. O plano é apresentado a cada quatro anos com diretrizes a serem seguidas pela empresa.

O Plano prevê temas prioritários como agricultura digital, rastreabilidade e logística. Propõe também a redução de 10% dos gastos totais da Empresa em termos reais. Para isso, uma das metas é adotar a automatização de sistemas e promover uma nova redução de cargos comissionados. 

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O presidente da Embrapa, Celso Moretti, afirmou que a Embrapa possui cinco unidades descentralizadas no Distrito Federal, e cada uma possui um setor de gestão de pessoas, compras e finanças. “Com a implantação do S.A.P. [software de soluções de tecnologia], o centro de serviço compartilhado vai reduzir o número de cargos comissionados, o que vai impactar na estrutura das unidades”, disse, em entrevista coletiva.

Além da possível redução dos postos de trabalho, Moretti admite que não há definição sobre novos concursos.

Existe negociação para recomposição de algumas vagas de pesquisadores e analistas no nosso quadro. Vamos começar a falar a partir do ano que vem para, quem sabe, em 2022, a gente pense em fazer o concurso

Celso Moretti, presidente da Embrapa

Ainda que as metas estejam estipuladas, Moretti reconheceu que estão condicionadas ao orçamento. “Para nós, é óbvio que se tivermos restrições orçamentárias sérias, esse planejamento ficará comprometido e esse é um risco que existe. Estamos trabalhando para recompor o orçamento da Embrapa, tenho conversado com a (ministra da Agricultura) Tereza Cristina e outras lideranças para fazer as entregas com as quais nos comprometemos”, ponderou.

Outra meta relacionada ao orçamento da Embrapa é mudar o modelo de negócios até 2023 a fim de aumentar em 10% a receita com licenciamentos de ativos. Moretti conta que esse valor pode ser de R$ 35 milhões a R$ 40 milhões a partir do tripé parceria, licenciamento e recebimentos de royalties.

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“Nossa ideia é mudar ao longo de 2021 e 2022 esse modelo de negócios e iniciar uma transição colocando a Embrapa possivelmente como sócia de empresas e iniciativas. Em alguns casos, em vez de licenciar um parceiro, vamos pensar em estabelecer uma sociedade de propósito específico, dividir riscos e lucros”, assumiu Moretti ao mesmo tempo em que há também a possibilidade de algumas tecnologias serem disponibilizadas de graça.

ILPF

No novo Plano Diretor da Embrapa, também estão contempladas ações que visam a ampliação de sistemas integrados. Moretti já havia dito a Globo Rural que a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) seria uma prioridade em 2020 e o tema segue como prioritário para 2025.

A meta é ampliar em 10 milhões de hectares as áreas de sistemas integrados e recuperação de pastagens nos próximos cinco anos. “Obviamente não é a Embrapa que vai plantar em 10 milhões de hectares, mas a transferência de tecnologia junto com os parceiros vai possibilitar a incorporação dessas tecnologias, sobretudo com ILP”, esclareceu o presidente da empresa.

Atualmente, segundo Moretti, o Brasil tem 17 milhões de pastagens que utilizam a ILPF e, com base nessa área, o cálculo de impacto de redução de gases de efeito estufa aponta redução de 60 milhões de toneladas de CO2 equivalente.

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Bioeconomia

No horizonte das pautas ambientais, a Embrapa estipulou metas para desenvolvimento de tecnologias para fomentar a bioeconomia. Até 2030, pretende viabilizar a adoção, pelo setor produtivo, de cinco bioativos e bioinsumos a partir dos recursos genéticos da Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica.

O presidente da Embrapa explicou que já foi feita uma expedição em seis mil quilômetros de rios amazônicos para coletar microorganismos que já foram verificados para controle de fungos e utilização em indústrias farmacêuticas e alimentícias. Com base nesta experiência, a empresa pretende intensificar a transformação de microorganismos em bioinsumos.

“Nós temos, no Brasil, uma oportunidade fantástica e isso vai ocupar mais espaço na vida das pessoas. Muito se fala de bioeconomia da Amazônia e, na verdade, a gente vê poucas soluções tangíveis. A Embrapa tem soluções tangíveis e factíveis”, defendeu Moretti.

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Source: Rural

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