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(Foto: Thinkstock)

 

Moinhos brasileiros podem interromper as compras de trigo da Argentina, caso o país passe a comercializar e exportar para o mercado brasileiro uma variedade de trigo transgênico recentemente aprovada. É o que afirma a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), que divulgou nota sobre o assunto.

A entidade informa, com base em uma pesquisa interna, que 85% dos pesquisados se manifestaram contrários à utilização de trigo geneticamente modificado para a produção de farinha. E 90% informaram estar dispostos a interromper as compras do cereal argentino caso haja exportação dessa variedade para o Brasil.

“Não identificamos nenhum movimento de demanda dos consumidores brasileiros por soluções transgênicas; ao contrário, há manifestações publicadas de associações de consumidores com restrições ao uso desses produtos transgênicos”, diz a nota.

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A Abitrigo pontua que, caso a variedade argentina seja aprovada pelas autoridades regulatórias brasileiras, custos de controle serão agregados ao processo de importação, com consequências sobre os preços para o consumidor final.

“A Abitrigo se manifestará contrariamente à comercialização tanto da farinha como do trigo transgênicos no curso da audiência pública convocada pela CTMBIO, por solicitação de empresa argentina produtora do trigo transgênico”, informa a nota, ressaltando ainda a posição contrária ao trigo transgênico pelas próprias entidades da cadeia produtiva da Argentina.

Há 30 anos

No comunicado, a Abitrigo afirma que a utilização de variedades geneticamente modificadas de trigo está em discussão há cerca de 30 anos pela comunidade científica internacional. E que diversos países, como Estados Unidos, Canadá e Austrália, não aprovaram sua utilização por não haver comprovação de seus benefícios para as pessoas, mas apenas o aumento de produtividade.

“O relatório da FAO sobre trigo GM registra apenas duas variedades aprovadas no mundo, sendo uma nos Estados Unidos em 2004, que gerou grande repercussão negativa mundial e a interrupção de sua produção e comercialização e a outra variedade aprovada na Argentina, ainda sem comercialização”, diz a nota.
Source: Rural

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