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Bartolomeu Braz Pereira, presidente da Aprosoja Brasil: "Quando sair esse acordo (entre o Mercosul e a União Europeia), eles (produtores) serão dizimados porque não têm competitividade.” (Foto: reprodução/Youtube)

 

O presidente da Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz Pereira, classificou como “excelente” o discurso de Jair Bolsonaro na 75ª edição da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (22/9).

Um dos aspectos elogiados por Pereira foi a fala do presidente sobre a questão ambiental. No mesmo tom de Bolsonaro, ele disse que existem “associações que estão amparando essas ONGs nesse modelo de levar essa imagem ruim do país para fora”.

“Eu queria saber qual o setor que consegue zerar a taxa de criminalidade no mundo? O desmatamento ambiental ilegal é 1% no Brasil. São questões de politicagem interna para prejudicar o Brasil”, afirmou. Ele evitou, no entanto, nomear as entidades que estariam por trás da ação.

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O presidente da Aprosoja acredita que o maior número de focos de incêndio no Pantanal e na Amazônia é resultado apenas do aumento da temperatura nas respectivas regiões. "O que a gente tenta, juntamente com o governo, é evitar isso. Mas falta a inserção de tecnologia juntamente com a regularização fundiária", prosseguiu.

Dificilmente essas queimadas, em anos de temperaturas mais quentes, serão controladas. Se fosse dessa forma, um país de primeiro mundo como os Estados Unidos não deixava pegar fogo na Califórnia

Bartolomeu Braz Pereira, presidente da Aprosoja Brasil

Relatório do Observatório do Clima, entidade formada por mais de 50 ONGs e movimentos sociais brasileiros, mostrou que, dos R$ 26,5 milhões destinados à preservação ambiental nos oito primeiros meses deste ano, apenas R$ 105 mil foram utilizados pelo Ministério do Meio Ambiente. Sobre esse ponto, o presidente da Aprosoja disse desconhecer a entidade que produziu o relatório e que, portanto, não iria se manifestar.

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Críticas aos países europeus

Bartolomeu Braz Pereira criticou ainda a “falta de transparência” dos europeus. “Falta transparência do lado dos europeus, principalmente os franceses. Os franceses não têm mais competitividade. Eles desmataram muito e agora têm que defender seus próprios produtores atacando outras áreas”, ressaltou. “Quando sair esse acordo (entre o Mercosul e a União Europeia), eles (produtores) serão dizimados porque não têm competitividade.”

Na última semana, autoridades da França disseram que, da forma como está, o acordo entre os dois blocos econômicos dificulta a garantia de compromissos para a preservação do meio ambiente. Questionado se o governo não deveria adotar um tom mais ameno e de diálogo com a Europa, o presidente da Aprosoja rechaçou.

Se eles (países europeus) viessem com a verdade, seria interessante. Acredito que o discurso do presidente vai de acordo com o diálogo e respeito com as relações internacionais

Bartolomeu Braz Pereira, presidente da Aprosoja Brasil

 

 

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“Em 2019, as queimadas aumentaram, mas continuamos vendendo alimentos. Aliás, temos produção vendida até 2022 para a Europa. Eles querem exigir mais da gente, e a gente acha que não é correto. Não vejo falta de diálogo. Passaram vários presidentes e não conseguimos chegar no ponto em que nós estamos da fase do acordo. Temos que nos posicionar”, concluiu.

De acordo com informações do Agrostat, banco de dados do Ministério da Agricultura, a exportação de itens do complexo soja, que inclui produtos como grão, óleo e farelo da oleaginosa, somou 91 milhões de toneladas em 2019, com receita de US$ 32 bilhões. A Europa foi responsável pelos embarques de 14,2 milhões de toneladas, com faturamento de US$ 5 bilhões.

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Source: Rural

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